A primeira edição de 2023 de Casa Vogue pede licença para entrar na morada de personalidades nacionais e internacionais, mostrando um pouco da vida como ela é. Capa da edição, a apresentadora e produtora Cláudia Raia, apresenta sua nova casa, que já tem quarto pronto à espera do pequeno Luca. Outra residência que também estampa a capa de feveiro é do criador do site de celebridades mais acessado do país, Hugo Gloss. E por falar em celebridade, a produtora e roteirista Shonda Rhimes, mente por trás da série Grey’s Anatomy, mostra seu apartamento em Nova York. Em Roma, Raffaella Leone, filha do lendário cineasta Sérgio Leone, abre as portas de sua residência dos anos 1970.
Referência máxima em comportamento e tendências, Casa Vogue traz ainda uma reflexão intrigante: espaços diferentes e propostas distintas inseridas em um mesmo contexto de época – o tempo digital e virtual, que são partes indissociáveis hoje do mundo real. Instagram, Facebook, YouTube e, mesmo o novato TikTok, fazem parte da rotina de relacionamento das pessoas. Multiverso e metaverso são o “futuro” da vez, por enquanto. Não à toa, as barreiras entre on e offline tornam-se cada vez mais sutis, com as pessoas estando “lá” e “cá” praticamente ao mesmo tempo, independentemente do tipo de tela acessada – smartphone, notebook ou TV.
Em Universo, a revista mostra os lares de pessoas que transitam dos dois lados da tela. A primeira é a atriz, apresentadora e produtora Cláudia Raia. Ao lado do marido, o ator, cantor e bailarino Jarbas Homem de Mello, ela construiu uma nova residência, na área rural de Bragança Paulista, interior de São Paulo. A construção com 1692 m2, distribuída em três andares, leva a assinatura do amigo de velha data, o arquiteto Leo Shehtman. Repleta de peças contemporâneas de designers brasileiros, a arquitetura da casa foi concebida para valorizar a natureza ao redor, e em breve será também o endereço de Luca, que acompanhou a entrevista ainda no ventre da mãe.
Outra capa desta edição, que retrata um pouco das páginas da vida, é a residência do jornalista Bruno Rocha, mais conhecido como Hugo Gloss. O rei do noticiário sabe bem o valor da discrição e do refúgio. Localizado no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, o novo lar leva a assinatura do Studio Ro+Ca. Com 600 m², reúne móveis assinados, coleção de livros, obras de arte, itens garimpados, fotografias e toy art – paixão de longa data do jornalista, além de muitas memórias de uma vida.
Na sequência, papéis de parede estampados, móveis de antiquário e arte afro-americana marcam o apartamento da produtora de televisão e roteirista Shonda Rhimes. Montar um local adequado à sua rotina pressupunha a criação de um cenário capaz de aguçar a sua imaginação. A missão foi dada ao designer Michael S. Smith, que também concebeu sua casa em Los Angeles. Imersa no romantismo de Bridgerton, a estrela confessa que a série influenciou algumas escolhas na decoração do imóvel. O resultado foi um projeto que mistura muito bem peças de antiguidades a outras contemporâneas.
Intitulada “Era uma vez em Roma”, outra reportagem igualmente especial mostra a residência de Raffaella Leone. Com estilo brutalista, a construção dos anos 1970 é herança do pai, diretor de clássicos do cinema como Era Uma Vez no Oeste. O projeto original de Carlo Simi e Sergio Musmeci passou por intervenção nos interiores sob a curadoria da Galeria Blend Roma. Para a moradora, avessa a aglomerações e às festas glamurosas do mundo do cinema, a sutileza das alterações tornou o lar um verdadeiro refúgio.
Na seção Arquitetura, a reportagem “Bem na foto” traça um panorama a respeito da influência das redes sociais na concepção de projetos de arquitetura e interiores e as implicações disso. A matéria reúne entrevistas com diversos profissionais referência no setor, como Sergio Lessa, Maurício Arruda, Daniel Virgnio, Mariana Santiloni, Michell Lott, entre outros.
No que se refere ao bem viver, designers de interiores encontram-se diante do desafio de projetar “espaços instagramáveis”. Se, por um lado, a demanda oferece uma dose de liberdade para a criação de ambientes personalizados conforme quem nele habita, por outro, há um risco de reduzir a concepção de um espaço à mera produção de imagens.
Mas há casos bem-sucedidos em que a união entre on e off não representa simples simulacro, mas se traduz em espaços funcionais, acolhedores e reais, fruto do olhar clínico de quem entende do assunto, como a jornalista e influenciadora digital Lucila Zahran Turqueto. Fundadora do blog de decoração Casa de Valentina, ela ilustra o Em casa com, em que mostra um pouco do seu extenso repertório de decoração utilizado para reformar sua casa de campo, localizada na fazenda da família, no interior de São Paulo.
Em Design, um bate-papo com o designer argentino Andrés Reisinger, um dos artistas digitais mais requisitados do século 21. Em entrevista à Casa Vogue, ele fala sobre os sentimentos que pretende despertar nas pessoas com suas obras e como o design e arte digitais podem apontar caminhos mais sustentáveis no desenvolvimento de espaços e mobiliários desejáveis. Entre as personalidades que o inspiram, cita Tadao Ando, Rem Koolhaas e o saudoso Oscar Niemeyer.
Encerrando a edição, Last Look traz o designer francês Pierre Yovanovitch, que assina a cenografia de uma nova montagem do Rigoletto – famosa ópera do italiano Giuseppe Verdi (1813-1901), em cartaz no Teatro Basel, na cidade suíça. Com foco no enredo trágico da peça, o conceito cenográfico buscou um efeito ousado. O palco é composto por uma série de paredes curvas em camadas que se desenvolvem gradualmente para círculos mais fechados, à medida que a história se desenrola. A paleta de tons fortes, com vermelhos e azuis, foi cuidadosamente selecionada pelo autor e sua equipe para emoldurar os personagens e chamar a atenção para a mudança de atos ao longo da apresentação.
Casa Vogue de fevereiro está disponível nas bancas e também em versão digital.
Serviço
Revista Casa Vogue | Edição de Fevereiro
Fotos: Filippo Bamberghi