Como serão as estratégias de vendas online para o Natal de 2020?

10 min. leitura

O ano de 2020 destacou um forte modelo de negócio que já estava presente em nossa sociedade, porém, de certa forma, subestimado: a venda digital. Seja por websites, mensagens de texto ou acessos direto a aplicativos, o consumidor sempre teve todas essas alternativas ao seu dispor. E, como todos sabemos, é nítido que a pandemia acabou intensificando ainda mais a realização de compras, vendas, trocas e transações por estes e tantos outros meios digitais.

Quando nos referimos a um consumidor que, seja pelo meio que for, toma a decisão de comprar, os benefícios para facilitar essa ação são muitos:

  • Cupons de descontos digitais: as empresas, com o objetivo de alavancarem suas vendas, criam cupons de descontos que estimulam ainda mais a iniciativa;
  • O consumidor compra o produto e escolhe a opção de retirar na loja mais próxima e/ou conveniente: consumidores que queiram evitar qualquer tipo de aglomeração ao realizar uma compra pode encontrar mais este benefício. É ir além de apenas identificar se a loja mais próxima tem determinado produto em estoque. Trata-se de realizar uma compra e ter a facilidade de retirar seu produto no ponto comercial mais próximo e conveniente;
  • A melhora na forma de pagamento (“leve 3, pague 2”): todo comércio, independentemente do segmento, precisa ter um giro de produtos, ou seja, precisa de lançamentos, mas liquidá-los o quanto antes, para que outros novos itens sejam disponibilizados na loja para venda. Então, de forma sazonal, é muito comum as famosas promoções do “leve 3, pague 2”. Isso incentiva a compra e faz o consumidor perceber que tal aquisição realmente valeu a pena;

É muito importante que as empresas estejam sempre alinhadas e atentas a todos os seus meios de contato, e de vendas: mobile – por meio de ligações telefônicas, social – por meio das redes sociais e aplicativos e, não menos importantes, as lojas físicas para as vendas de forma pessoal e direta. Isso, com certeza, maximizará os resultados para que sejam eficazes em todos os atendimentos que disponibiliza.

As vendas no cenário pandêmico: como ficam?

Desde o início da pandemia no Brasil, pudemos acompanhar por noticiários como cada Estado está se comportando, colocando regras de distanciamento social – algumas vezes, até o ‘temido’ lockdown – com o objetivo de frear o contágio.

Sendo assim, com o decorrer do processo de quarentena imposta a todos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), algumas medidas de flexibilização começaram a ser concedidas e, no tempo adequado, a reabertura de shopping centers e o comércio popular de rua foram realizadas. É claro que, de forma imediata, tais setores acabaram criando uma certa expectativa de que começariam, então, a obter um sutil crescimento em suas vendas.

Certamente, ao enxergar este cenário, é nítido que tivemos uma mudança de comportamento dos consumidores, que passaram a recorrer aos meios digitais para comprar, desde insumos básicos (como mantimentos e produtos de limpeza) à eletroeletrônicos (como forma de um novo entretenimento durante o isolamento). Neste caminho, a Rakuten Advertising, empresa especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital, realizou uma pesquisa, durante o primeiro semestre de 2020, entrevistando um total de 8 mil pessoas, dentre eles, mil brasileiros. O objetivo da pesquisa era entender quais foram os impactos gerados no comportamento de compra das pessoas diante da pandemia e o que elas esperavam para o último trimestre do mesmo ano.

E os resultados obtidos são interessantes – apesar de 40% das pessoas terem tido alguma redução de ganhos devido ao Covid-19, 87% ainda devem ir pessoalmente às compras de Natal. Além disso, segundo a mesma pesquisa, 50% dos consumidores em todo o mundo deram preferência para consumir produtos de comerciantes locais, para estimular a economia.

Ainda seguindo os resultados obtidos nesta pesquisa, no Brasil, durante a quarentena, 66% das pessoas estão gastando mais com refeições prontas e mantimentos básicos. O aumento pela busca por entretenimentos digitais (streamings como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+, Globoplay, dentre outros) aparecem na sequência com crescimento de 65%, além da alta procura por serviços de restaurantes com entrega delivery para 58%.

Com esse turbilhão de informações, é muito fácil perceber como as pessoas estão recorrendo aos meios digitais para obterem produtos e serviços. E isso é muito positivo. Afinal, uma vez que vivemos em um mundo onde tudo precisa ser ‘para ontem’, em que somos ansiosos e agitados em diversos aspectos, com certeza, as empresas estão se preparando cada vez mais para estarem dentro deste novo cenário, onde se tornam totalmente diversificadas no aspecto atendimento ao cliente: mensagens por WhatsApp, atendimentos por chamadas de vídeo, deliverydrive-thru de produtos e alimentos, enfim, uma enorme gama de novas opções de vendas.

Vendas online: positivas ou negativas?

Sendo um profissional da área de Marketing, também não descarto uma colocação: afinal, mesmo em um cenário pandêmico, as vendas online realmente valem a pena? Como tudo na vida, tudo tem dois lados. De um lado, os aspectos positivos, já mencionados no início deste artigo além de outros a serem considerados. Porém, não posso deixar de ressaltar que existem pontos negativos, principalmente, atrasos e defeitos ocorridos durante a entrega. É claro que esses pontos não devem ser fatores decisivos para uma conclusão de compra, mas certamente influenciam muitos consumidores.

Além disso, não posso deixar de destacar um outro ponto importante durante os períodos sazonais de compra, como o Natal – as trocas e defeitos nos produtos adquiridos. De acordo com o Procon, cada nova aquisição está vinculada à um prazo permitido para trocas e devoluções, todas descritas no Código de Defesa do Consumidor, mas é claro: ninguém quer passar por essa experiência negativa.

Tendências Futuras

Estamos em um momento em que fica muito claro que a pandemia nos trouxe e ainda trará muitas mudanças. Algumas delas que, certamente, serão consideradas tendências. Se estamos tratando de um cenário de empresas que estão buscando cada vez mais recursos tecnológicos e digitais para alcançar a excelência em seus respectivos atendimentos, entendo que isso possibilitará um entendimento ainda maior do comportamento do consumidor, considerado tão importante no mundo atual. Se a empresa não faz essa lição de casa, de certa forma, não oferta um produto personalizado, certamente ela não terá sucesso na venda.

Porém, não nego que a venda presencial sempre envolve, na minha visão, um impulso cerebral, onde a pessoa tem seus 5 sentidos (tato, olfato, paladar, visão e audição) envolvidos na compra, colaborando, com certeza, no processo de compra do consumidor. Mas a verdade é uma só: no final, ambos os métodos (presenciais e físicos) serão sempre válidos, basta acompanhar o que o Mercado, a Ciência e a Tecnologia nos colocarão como desafios diários de sobrevivência para o consumo e outros aspectos da nossa vida.

Marcelo Trevisani – com mais de 18 anos de experiência como profissional nas áreas de Digital Marketing, Transformação Digital, Inovação, Chief Marketing Officer, é considerado um dos nomes mais relevantes da área. Participou de grandes cases de Marketing Digital do Brasil para empresas como Tecnisa, BRF, Itaú, Coca-Cola, Nestlé e Vivo, além de ter sido finalista e vencedor em prêmios como Caboré 2017 e CMO 2019, respectivamente. Atualmente, como Chief Marketing Officer, embasa seu trabalho em 3 pilares: Marketing – pelo foco no consumidor, Growth – pelo foco em crescimento de negócio e Marketing Digital e Growth Hacking – como facilitadora de trabalhos. Foi criador e professor do primeiro curso de pós-graduação em Marketing Digital do Brasil, além de professor de MBAs e Pós-Graduações por mais de 10 anos em instituições como ESPM, FGV Business School e FIAP. Também é palestrante em eventos relacionados à Nova Economia, Transformação Digital, Marketing Digital e Growth Hacking em locais como ESPM, Endeavor, CUBO Itaú, SEBRAE, Digitalks, Casa Digital, ProXXima, Social Media Week, In Companies entre outros.

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