Entenda como esse regime cambial afeta o valor das moedas.
O câmbio é um dos termos do mercado mais acompanhado pelas pessoas, pois ele pode afetar a economia dos países como um todo, desde os negócios de uma empresa até o orçamento necessário para realizar uma viagem internacional.
Essa influência toda se deve ao câmbio ser um termo empregado para indicar o valor de troca entre duas moedas diferentes. Nesse sistema, o valor do dólar é o mais utilizado para fins de comparação com as outras moedas do mercado.
O câmbio possui quatro tipos diferentes de regimes cambiais, que definem como o valor das moedas de um país serão determinados. No Brasil, e em muitos outros países, é utilizado o regime do câmbio flutuante, que permite que os bancos centrais deixem o mercado atuar de forma mais livre.
Para conhecer mais sobre o câmbio flutuante e como foi implantado no Brasil, é só continuar lendo este artigo.
O que é câmbio flutuante?
O câmbio flutuante é um tipo de regime cambial no qual o valor de uma moeda é definido com base na oferta e na demanda do mercado. Neste modelo, o governo não atua para influenciar o valor de uma moeda, sendo este influenciado pela movimentação existente no mercado.
Neste sistema, o valor da moeda de um país pode subir ou descer de forma constante, pois os agentes que ofertam e compram a moeda têm o poder de negociá-la livremente no mercado, o que inclui determinar o valor do câmbio entre si.
Sendo assim, quando uma moeda possui muita procura, o seu valor de câmbio pode subir, mas quando a procura é baixa, seu valor no mercado acaba diminuindo.
O que influencia o preço de uma moeda?
Existem diversos fatores que podem afetar o valor de uma determinada moeda frente às demais. Isso acontece porque, no regime do câmbio flutuante, por mais que moedas sejam negociadas de forma livre, elas ainda são fortemente afetadas pelo mercado.
Condições como a situação econômica de um país, o seu nível de inflação, o poder de compra das pessoas ou os níveis de emprego e renda podem acabar influenciando o valor da moeda.
Por exemplo, em um momento de inflação alta em um país, as pessoas acabam perdendo seu poder de compra, o que pode fazer com que o número de turistas diminua, contribuindo para que o valor da moeda local também fique baixa.
Outro fator que influencia o valor das moedas é a taxa de juros interna do país, pois ela pode afetar as negociações feitas no câmbio assim como outros investimentos. A quantidade de importações feitas, assim como a política fiscal e monetária dos países também são fatores que atuam no valor da moeda.
História do câmbio no Brasil
O regime do câmbio flutuante foi implantado no Brasil em 1999, durante o andamento do Plano Real. Antes desse período, o regime utilizado no país era o do câmbio fixo, que começou pareando o real com o dólar, fazendo com que R$1 valesse US$1.
Porém, com o tempo, as intervenções do Banco Central para fazer com que o câmbio brasileiro ficasse em uma faixa específica começou a afetar a economia interna. Na época, era necessário utilizar as reservas internacionais de dólares, o que poderia fazer a inflação subir.
Frente a esse risco, o regime cambial flutuante foi adotado em 1999, onde o Banco Central, em teoria, não interferia nas operações cambiais.
Mas, na prática, começou a ser realizado no Brasil o chamado “câmbio flutuante sujo”, no qual, em momentos em que a moeda possuía uma variação muito grande, o Banco Central interferia na compra ou na venda de moedas para manter o valor estabilizado.