Glória Pires e a arte pela atuação

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Olá, hoje falaremos sobre a trajetória de Glória Pires, uma atriz que dispensa apresentações, mas que possui um talento de sobra. Confira parte da sua trajetória abaixo:

“Eu gosto de desafios, eles me fazem sentir viva. Procuro sempre o novo e me considero muito adaptável. Sempre busco outras formas de fazer o que eu faço, principalmente na televisão.”

Filha de uma produtora e de um comediante, Glória Pires sabia que o meio artístico era o seu destino. Aos 5 anos de idade teve a sua estreia com a novela “A Órfã” da extinta TV Excelsior. Na Globo, a atriz teve sua estreia aos 8, na novela “Selva de Pedra” (1972) com a personagem mirim Fátima.

Glória, ainda adolescente na novela “Dancin Days” (Foto: Divulgação/Globoplay)

Após o folhetim, atuou em outras produções da TV Globo. Glória teve o seu auge em 1978 com a novela “Dancin’ Days” de Gilberto Braga, na época a atriz estava desanimada com a profissão e foi incentivada pelos seus pais.

“É a novela que considero o marco da minha fase adulta, embora eu estivesse com 14 anos. Até então, eu era aquela menininha que fazia novela por causa do pai que era ator.”

A atuação na novela lhe rendeu o papel de protagonista em “Cabocla” (1979), de Benedito Ruy Barbosa. Sua personagem, Zuca, era disputada por Tobias, vivido por Roberto Bonfim, e Luís Jerônimo, interpretado por Fábio Júnior, com quem acabaria se casando – os dois são os pais da atriz Cléo Pires.

Em 1980, voltou a trabalhar com Gilberto Braga, em Água Viva. Do autor, fez ainda “Louco Amor” (1983), “Vale Tudo” (1988), “O Dono do Mundo” (1991), “Paraíso Tropical” (2007), “Insensato Coração” (2011) e “Babilônia” (2015), o seu último trabalho com o autor. Em “Vale Tudo”, interpretou a inescrupulosa Maria de Fátima, até hoje um dos papéis mais marcantes de sua carreira.

Glória Pires na pele de Maria de Fátima de “Vale Tudo”, um grande divisor de águas para a atriz (Foto: Divulgação/TV Globo)

“Maria de Fátima foi um presentão. Todo o movimento dela, de sair lá de Foz do Iguaçu, deixar a mãe na miséria, sem nada, vender a casa da mãe e sumir no mundo. Para mim, ela não era só uma vilã; era uma pessoa amoral, louca, desregulada. Foi um momento histórico da televisão, porque retratava o Brasil de forma nua e crua. A novela foi exibida em 1988, época em que as bandalheiras políticas estavam vindo à tona; falava-se da repressão, a censura tinha acabado”

Glória Pires em cartaz com as gêmeas Ruth e Raquel, de “Mulheres de Areia” (Foto: Reprodução/YouTube)

As gêmeas Ruth e Raquel, de “Mulheres de Areia” (1993), também marcaram época. A novela foi um remake da trama homônima de Ivani Ribeiro, levada ao ar em 1973, na TV Tupi, com Eva Wilma. Para a composição das personagens, a atriz chegou a usar perfumes diferentes para caracterizar cada uma das irmãs: como Ruth, a irmã doce e meiga, usava uma fragrância suave; e escolheu uma mais forte para a malvada e agressiva Raquel.

Outros Trabalhos:

Glória Pires em cena ao lado de Tony Ramos na comédia “Se Eu Fosse Você” (Foto: Reprodução)

Entre os personagens importantes de sua trajetória profissional estão ainda Ana Terra, da minissérie “O Tempo e o Vento” (1985), escrita por Doc Comparato e inspirada na obra de Erico Verissimo; e a protagonista de “Memorial de Maria Moura” (1994), de Jorge Furtado e Carlos Gerbase.      

Sua estreia no cinema foi em 1981, no filme “Índia, a Filha do Sol”, com direção de Fábio Barreto. Do mesmo diretor, atuou ainda em “O Quatrilho” (1995), que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e “Lula, o Filho do Brasil” (2009), no qual fez o papel de Dona Lindu, mãe do ex-presidente, que lhe deu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Melhor Atriz.

Fez também, entre outros, o clássico “Memórias do Cárcere” (1984), de Nélson Pereira dos Santos; os sucessos de bilheteria “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Se Eu Fosse Você 2” (2008), ambos de Daniel Filho; e “É Proibido Fumar” (2009), de Anna Muylaert, com o qual ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília.

Em 2013, Glória viveu Lota de Macedo Soares em “Flores Raras”, de Bruno Barreto. A arquiteta manteve um caso de amor com a poetisa americana Elizabeth Bishop entre os anos 1950 e 1960.

Sua atuação mais recente no cinema foi como a psiquiatra Nise da Silveira, no filme “Nise: o Coração da Loucura”, de Roberto Berliner, em 2015.

Glória Pires e a sua icônica participação da transmissão do “Oscar 2016” (Foto: Divulgação)

Ao longo desses mais de 40 anos dedicados à profissão, Gloria Pires fez intervalos estratégicos. Após participar da novela “Desejos de Mulher” (2002), mudou-se para Goiânia com a família. Durante três anos, pode se dedicar mais aos quatro filhos e ao marido, o músico Orlando Morais. De volta ao Rio de Janeiro, retomou suas atividades na televisão e no cinema. Em 2008, decidiu fazer mais uma pausa e seguiu com a família para uma temporada em Paris.

Os seus últimos trabalhos foram a minissérie “Segredos de Justiça” (2016) e as novelas “O Outro Lado do Paraíso” (2017) e “Éramos Seis” (2019).

E você, gosta do trabalho da Glória Pires?


Gabriel Ferreira – Estudante de Jornalismo

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