Uma história de garra, sonhos e superação. Assim pode ser definido “Fame – O musical”, clássico da Broadway dos anos 80, escrito pelo dramaturgo cubano Jose Fernandes. A obra, que já ganhou dezenas de montagens pelo mundo, agora ganha mais uma, dessa vez, pelo olhar brasileiríssimo do diretor Caio Godard que, ao lado de Laura Visconti e Caio Loureiro (diretores musicais), deu uma nova cara ao clássico americano. Em cena, atores do curso de “Prática de Montagem”, da In Cena Casa de Artes e Produções, que estreiam nos palcos dia 03 de novembro, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea. As sessões acontecem aos sábados (20h) e domingos (19h) e vão até 25 de novembro.
“Fame – O Musical” conta a história de um grupo de jovens da prestigiada High School for the Performing Arts, de Nova York, desde sua admissão, em 1980, até sua formatura em 1984. Todas as lutas, alegrias e anseios – do preconceito à desilusão – são retratados com foco nítido, enquanto os jovens artistas navegam pelos mundos da música, do teatro e da dança. “Fame fala exatamente sobre o que este elenco está vivendo agora. É quase uma representação de si mesmo. A identificação é imediata. Fala de sonhos, aspirações, inspirações e sobre questões pertinentes que todos passam ao longo da carreira e, principalmente, sobre o conflito “ofício versus fama”, ou seja, aqueles que buscam se aprofundar na profissão e os que só querem ser famosos e conquistar o grande público”, explica Caio.
Segundo Godard, a montagem que a In Cena levará aos palcos será diferente de tudo o que já foi visto, pois fez questão de assistir todas as outras para ter certeza de que não estava fazendo nenhuma delas. “Essa montagem é única por vários motivos. Não só pela música, o cenário ou o figurino, mas, principalmente, pela forma de contar. Algumas cenas são bem dramáticas, como no original, mas outras são para cima, divertidas, algo que não é observado em outras montagens”, analisa o diretor.
A começar pela construção dos personagens, o desenvolvimento foi todo baseado em arquétipos, mas de forma que essas personalidades _ a mocinha, o vilão ou o sábio _ fossem representadas de maneira mais subjetiva, através de uma cor, uma essência ou um cheiro. Já o cenário é fixo. As mudanças de locação são indicadas apenas pela movimentação dos objetos sem trazer nenhum elemento que represente diretamente o lugar onde se passa a história. “Não se trata de uma encenação naturalista. Pelo contrário. Nada é óbvio. Desde o cenário ao figurino, tudo foi pensado como uma caricatura dos anos 80, voltada para o retrofuturismo”, conta.
Responsável pelos arranjos instrumentais da peça, Caio Loureiro diz que tomou a liberdade de torná-la mais moderna e atual. “Eu mantive a maior parte do arranjo original para não deixar de exaltar a época que o espetáculo foi feito, mas dei uma modernizada nos arranjos. Nos anos 80, eles usavam muito o piano elétrico, que soa datado, e então achei que seria legal substituir por um piano tradicional”, explica.
Com cerca de 15 números musicais, as coreografias também foram criadas do zero por Cássia Sanches, com referências pontuais às montagens antigas. O principal objetivo foi trazer para a cena a liberdade que a época emanava e que também se refletiu na dança. “A década de 80 foi um momento do boom da liberdade. Foi a época em que os pudores foram deixados de lado. Eu trouxe isso para o espetáculo. Não tem essa coisa de ser homem ou mulher. Todo mundo dança, rebola, se solta e desafia o próprio corpo”, diz Cassia.
Ao todo, desde que abriu suas portas em 2021, a In Cena já apresentou cinco espetáculos fruto da “Prática de Montagem”, todos, de grande sucesso. O último deles foi “Annie – o musical”, em cartaz no Teatro dos 4, até 8 de outubro. O próximo será “O Auto da Compadecida”, a primeira montagem teatral da In Cena, sem ser musical, que estreia dia 8 de novembro, também no Teatro Clara Nunes. Além disso, a escola já apresentou “Legalmente Loira”, “Escola do Rock” e “Nas Alturas”, além da produção original, “Poema”, a primeira profissional da escola, vencedora na categoria “Roteiro Original”, do prêmio Musical.Rio. Já “Escola do Rock” recebeu seis indicações ao prêmio, levando três deles: Melhor Ator com Pedro Balu; Melhor Atriz Revelação com Malu Coimbra; e Melhor Prática de Montagem.
SOBRE A IN CENA CASA DE ARTES E PRODUÇÕES: Um espaço para aprender, trocar experiências, se aperfeiçoar, sem deixar de se sentir em casa. Essa é a proposta da In Cena Casa de Artes e Produções – www.incena.art.br – que funciona em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Com direção artística de Cella Bártholo e coordenação pedagógica de Gabi Levask, a In Cena oferece oficinas, práticas de montagens e mentoria, que abraçam múltiplas vertentes das artes: teatro, teatro musical, dança e música. Em uma espaçosa casa de mais de 400 metros quadrados, a In Cena conta com quatro salas (Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Ruth de Souza e Amazonas), um estúdio (batizado de Gonzaguinha), camarim, vestiários e um amplo terraço – um local de convivência a céu aberto.
FICHA TÉCNICA
Direção: Caio Godard
Co- Direção musical: Laura Visconti e Caio Loureiro
Supervisão de coreografias: Joane Mota
Coreografias: Cássia Sanches
Realização: IN CENA Produções
Serviço
Temporada: 03 a 25 de novembro de 2023
Local: Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea (R. Marquês de São Vicente, 52 – Gávea, Rio de Janeiro)
Informações: (21) 967193154
Datas/Horários: Sábados às 20h; e Domingos, às 19h
Classificação Etária: 14 anos
Duração: 120 minutos
Ingresso: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)- Vendas: Sympla e Bilheteria do Teatro