Criando Crianças Criativas

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beauty child at the blackboard

É através do brincar que as crianças se desenvolvem. Esse é o grande trabalho delas, na infância. Transformar, de algum modo, as experiências vivenciadas em jogos lúdicos que as auxiliem a ressignificar, dentro de suas possibilidades, a realidade que as cercam. Igualmente, o estímulo à imaginação, à fantasia, à criatividade deve ocorrer paralelamente ao progresso cognitivo dos pequenos.

Assim sendo, tão relevante quanto a aquisição de novos conhecimentos tácitos é a possibilidade de experimentação da fantasia. E crianças naturalmente exploram esse universo. Imaginam monstros e princesas. Super-heróis e dragões. Bandidos e mocinhos. Criam mundos inteiros em questões de segundos, ampliando assim também sua compreensão da vida e das relações nela existentes.

Nesse microcosmos fabuloso, construído do zero, é possível esboçar todos os personagens e suas interações da maneira como gostaríamos.  E é exatamente isso que nossos filhos fazem. Eles reproduzem, na brincadeira, uma cena experimentada, contudo, já filtrada por suas especificidades. Contudo, essa repetição nunca é inteiramente fidedigna. Ela sempre traz consigo algo novo, referente a percepção da própria criança.

Desse modo, se em sala de aula, por exemplo, eles foram repreendidos por um professor, na brincadeira, são eles quem assumem o comando, censurando os alunos. Essa troca de papéis auxilia na assimilação, visto que ele sai da posição passiva e se coloca num lugar de sujeito, ativo. Com isso, encena diversas maneiras de compreender uma nova situação ou comportamento, através da inventividade.

E nós, pais, somos também responsáveis por propiciar um ambiente onde os pequenos consigam escapar da realidade. Buscando com que tudo o que está ao alcance dela possa ser realmente tocado e experimentado sem oferecer nenhuma categoria de risco, propiciando assim, maior liberdade para a exploração do espaço – somos nós quem adequamos o ambiente, de forma que ele fique propositalmente preparado para a criança.


Bruna Richter 

Psicóloga graduada pelo IBMR e Bióloga graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pós-graduação em Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Também é formada em Artes Cênicas pelo SATED do Rio Janeiro, o que a ajudou a desenvolver o Grupo Grão, projeto voluntário que atende pessoas socialmente vulneráveis, onde através de eventos lúdicos, busca-se a livre expressão de sentimentos por meio da arte.

Seus livros infantis “A noite de Nina – Sobre a solidão”, “A música de dentro – Sobre a tristeza” e “A dúvida de Luca – Sobre o medo” fazem parte de uma trilogia que versa sobre sentimentos por vezes vistos como negativos, mas que trazem algo positivo se olharmos para eles mais atentamente. Estes dois últimos inclusive entraram para a lista paradidática de uma tradicional escola montessoriana na cidade do Rio de Janeiro.

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