Em alguns momentos, são tantos e tão diversificados os pensamentos que nos atravessam que nos percebemos perdidos. Somos assolados por inúmeras opiniões ou ideias de tal maneira que, não raramente, paralisamos. Em meio a tanta informação e confusão psíquica, encontramos certa dificuldade e resistência para discernir nossos próximos passos ou para assumir uma nova direção com um pouco mais de propriedade.
Para minimizar esses efeitos, uma das ferramentas mais potentes, e ao mesmo tempo mais simples, que temos é escrever. Colocar no papel – ou nas mais diversas telas – aquilo que povoa arbitrariamente nossa mente, com a intenção de dar significado ou sentido a isso. Com a finalidade de clarear e tornar mais objetiva nossas ações subsequentes. Com o propósito de, assim, traçar nossas estratégias, promovendo melhorias em nosso bem-estar subjetivo.
Escrever pode ser de grande valia, inclusive, na otimização de processos e na resolução de problemas. Ganhamos perspectiva e, com ela, desenhamos nossas próximas metas e táticas. Traduzir nossa mente em palavras, sem preocupações ou censuras, nos organiza. Além disso, auxilia também na compreensão e na superação de momentos mais conflituosos, adversos e dolorosos.
Nesse sentido, quando anotamos nossos afetos, se torna mais tangível perceber nossos padrões, angústias e desejos. Distinguimos com alguma clareza nossas emoções e, com isso, aumentamos nossa probabilidade de administrá-las. Nossas experiências mais complexas, quando colocadas em palavras podem ser ressignificadas, ou seja, compreendidas por um ângulo que anteriormente não havia sido visualizado.
A escrita tem poder terapêutico. Uma possibilidade de desenvolver a consciência e a conexão consigo. Ela possui a capacidade de ordenar a confusão metal, tornar mais concretos nossos pensamentos e explicitar nossos sentimentos. É uma prática que pode ser desenvolvida progressivamente, contribuindo para a saúde física e emocional e se tornando uma importante aliada para o autoconhecimento e para a autoaceitação.
Psicóloga graduada pelo IBMR e Bióloga graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pós-graduação em Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Também é formada em Artes Cênicas pelo SATED do Rio Janeiro, o que a ajudou a desenvolver o Grupo Grão, projeto voluntário que atende pessoas socialmente vulneráveis, onde através de eventos lúdicos, busca-se a livre expressão de sentimentos por meio da arte.
Seus livros infantis “A noite de Nina – Sobre a solidão”, “A música de dentro – Sobre a tristeza” e “A dúvida de Luca – Sobre o medo” fazem parte de uma trilogia que versa sobre sentimentos por vezes vistos como negativos, mas que trazem algo positivo se olharmos para eles mais atentamente. Estes dois últimos inclusive entraram para a lista paradidática de uma tradicional escola montessoriana na cidade do Rio de Janeiro.
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