Vinícius Cantuária e Zeca Baleiro lançam ‘Naus’

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Vinícius Cantuária e Zeca Baleiro lançam "Naus" (crédito foto: Simone Kontraluz)

Acaba de chegar nas plataformas digitais o álbum “Naus”, que celebra a parceria dos compositores Vinícius Cantuária e Zeca Baleiro. Iniciada meses antes da pandemia com as canções “Relento”, “Sol da Beleza” e “Naus”, a parceria se estendeu durante os meses de isolamento, entre 2020 e 2021, chegando a um total de 14 canções. Onze delas estão registradas neste disco, de feitura simples, quase artesanal, em que os dois músicos se dividem entre vocais, violões, guitarras, synths, baixos e percussões.


Participações pontuais completam o disco: Ryuichi Sakamoto (piano em “Naus”), Sacha Amback (piano e synths em “Alma Bossa Nova”), Dadi e Rogério Delayon (baixo e guitarra em “Sol da Beleza”), Swami Jr. e Bebê Kramer (violão 7 cordas e acordeon em “Chuva na Guanabara”), Tiquinho (trombones em “Flor do Beijo”) e Cosme Vieira (acordeon em “Carona”). Flávio Venturini, colega de banda de Vinícius (ambos tocaram n’O Terço) e parceiro de Baleiro, toca órgão em “O Dia em que Jeremias Vaqueiro viu o mar pela primeira vez”. 

O disco é uma parceria com o selo mineiro Sonastério, em cujo estúdio, localizado em Nova Lima, os artistas deram início às gravações em setembro de 2021. Depois, o disco foi complementado nos estúdios dos músicos.


Cantuária e Baleiro há anos vinham sendo provocados pelo engenheiro de som, produtor e amigo comum Walter Costa, a realizarem uma parceria musical. “Sempre achei que Vinícius e Zeca tinham muito a ver musicalmente, que poderiam se tornar grandes parceiros”, diz Walter. Curiosamente, os dois compositores só se conheceram em 2019, casualmente, no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Trocaram telefones e a partir daí a parceria se consolidou.


“Eu saí do Brasil em 1994, fui morar em Nova York, mas vi com interesse essa nova cena da música brasileira dos anos 90 surgir”, afirma Cantuária, que é amazonense de Manaus, radicado no Rio desde os 9 anos. A afinidade da origem foi um ponto forte de conexão entre ambos. “Zeca é do Maranhão, meu pai era maranhense também, tenho parentes lá, adoro a música do Maranhão. Isso nos conectou ainda mais”, completa.


Zeca se declara fã do parceiro desde o início de sua carreira, ainda nos anos 80. “Eu estava começando a tocar violão quando ouvi o primeiro disco do Vinícius, de 1982, que tem ‘Lua e Estrela’, ‘Coisa Linda’ e ‘Chegou no Vento’. Adorava ouvi-lo. Foi muito inspirador conhecer a sua música, que juntava a sofisticação bossa nova com um certo frescor pop-rock”, declara.

“Naus” traz homenagens/citações sonoras e poéticas a alguns ídolos comuns dos dois artistas, como Naná Vasconcelos, Gilberto Gil, Carlos Lyra, Villa-Lobos, Pablo Milanés e Silvio Rodriguez.

Após o lançamento do disco, Vinícius e Zeca planejam uma pequena turnê no Brasil e em outros países.

+ sobre eles:

Vinicius Cantuária


Cantor, músico e compositor, Vinícius Cantuária começou a carreira como baterista, acompanhando artistas como Luiz Melodia, Gal Costa e Caetano Veloso. Fez parte da banda O Terço na sua segunda formação. Em 1982, inicou carreira solo com o disco “Vinícius Cantuária”, pela extinta gravadora RCA.

Suas composições foram gravadas por grandes nomes como Fagner, Gal Costa, Evandro Mesquita, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Fábio Jr., Chico Buarque, Tim Maia, Capital Inicial, Jussara Silveira e Elba Ramalho.


Desde 1994 divide-se entre o Rio e Nova York, onde gravou com David Byrne, Sean Lennon, Angelique Kidjo, Bill Frisell, Naná Vasconcelos, Ryuichi Sakamoto, Norah Jones e Laurie Anderson, entre outros.


É autor de músicas reconhecidas nacionalmente, como “Lua e Estrela”, “Ludo Real” e “Só Você”. Compôs trilhas para cinema e tv e tem atuado nos grandes festivais e clubes de jazz nos Estados Unidos, e também na Europa, Japão, China e Austrália.


Em 2015, lançou “Vinicius canta Tom”, álbum dedicado à obra do maestro Tom Jobim. O disco, lançado inicialmente nos Eua, na Europa e no Japão, foi um grande sucesso de crítica e está entre os 20 álbuns de referência da obra de Tom Jobim em recente matéria da Folha de São Paulo.


Seu mais recente trabalho é o álbum “Surpresa”, lançado em 2021, feito em parceria com o compositor estadunidense Jesse Harris.

Zeca Baleiro

Cantor, compositor e produtor musical, Zeca Baleiro começou a carreira em 1997, com o premiado disco “Por onde andará Stephen Fry?”, saudado com entusiasmo pela imprensa e pelo público. 

Ao longo destes mais de vinte anos, lançou dezesseis discos de estúdio, cinco cds ao vivo, nove dvds e vários projetos especiais, em que se destacam o disco em parceria com a poeta Hilda Hilst, “Ode descontínua e remota para flauta e oboé – de Ariana para Dionísio”, e “Café no Bule”, cd em parceria com Paulo Lepetit e Naná Vasconcelos. Como produtor, realizou mais de vinte discos de artistas diversos, como Sérgio Sampaio (póstumo), Odair José, Antonio Vieira e Vanusa. Compôs trilhas para teatro, cinema e dança e comandou o programa de tv “Baile do Baleiro”, no Canal Brasil. 

Já teve músicas gravadas por intérpretes como Simone, Gal Costa, Rita Benneditto, Amelinha, Zizi Possi, Chico César, Paulinho Moska, Zé Ramalho, Fagner e Zeca Pagodinho. 

Desde o início da carreira, excursionou por países da Europa (Bélgica, Alemanha, França, Itália, Portugal, Espanha e Suíça), África (Cabo Verde e Angola) e América do Sul (Argentina e Uruguai). Tem álbuns editados em Portugal, Espanha, Argentina, França e Estados Unidos.

Em 2020, lançou o álbum “Canções d ́Além-mar”, tributo a autores portugueses que foi premiado com o Grammy Latino 2021 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.

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