Imersos em um mundo onde o alto rendimento é exigido a todo tempo e a produtividade e a performance são palavras nucleares, não é raro que negligenciemos, por vezes nossa saúde. Estamos tão acostumados a focar nas realizações, de maneira eficiente e eficaz, que acabamos nos distanciando progressivamente do nosso maior bem, que inclusive nos dá fomento para todas as conquistas futuras: nós mesmos!
Contudo, essas pausas em que olhamos para nós não são algo trivial. Estamos tão acostumados com a correria do dia a dia que acaba virando rotineiro nos deixar para depois. Depois de alcançar determinada meta, de atingir um certo objetivo, de transpor algum prazo. Postergamos necessidades básicas de cuidado com a desculpa de que o que falta para nós, dentre outros aspectos, é o tão precioso tempo.
Não levamos em consideração que devemos ser nós – nós mesmos – os responsáveis por separar esse tempo deliberadamente para nossos cuidados. Que os principais interessados no nosso bem-estar integral somos nós próprios. E que, talvez, esperar por um período futuro para realizar uma avaliação ou um exame seja não agir preventivamente em uma área tão significativa e urgente.
É preciso muita coragem para olhar para si – não apenas metaforicamente. Quando pesquisamos e buscamos saber mais a respeito da nossa fisiologia também ficamos à mercê do que iremos encontrar. E isso nos abala porque no desconhecido há algo que parece assustador. No entanto, paradoxalmente, não procurar saber pode ser ainda mais devastador. E, em algumas situações, infelizmente, de forma irreversível.
Nesse sentido, é fundamental que exista uma data para nos lembrar que é necessário o autocuidado – até para que possamos dar conta de todas as outras atividades que nos são impostas. O diagnóstico precoce do câncer de mama – o segundo mais prevalente em mulheres – possibilita otimizar seu tratamento e cura. De fato, essa causa em prol da saúde pode ajudar a salvar milhares de vidas. Se toca!
Psicóloga graduada pelo IBMR e Bióloga graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pós-graduação em Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Também é formada em Artes Cênicas pelo SATED do Rio Janeiro, o que a ajudou a desenvolver o Grupo Grão, projeto voluntário que atende pessoas socialmente vulneráveis, onde através de eventos lúdicos, busca-se a livre expressão de sentimentos por meio da arte.
Seus livros infantis “A noite de Nina – Sobre a solidão”, “A música de dentro – Sobre a tristeza” e “A dúvida de Luca – Sobre o medo” fazem parte de uma trilogia que versa sobre sentimentos por vezes vistos como negativos, mas que trazem algo positivo se olharmos para eles mais atentamente. Estes dois últimos inclusive entraram para a lista paradidática de uma tradicional escola montessoriana na cidade do Rio de Janeiro.
A ideia de escrever sobre o tema surgiu, após o nascimento de seu filho, como uma tentativa de facilitar o diálogo sobre emoções que frequentemente temos dificuldades para nomear, buscando assim acolher as descobertas que a criança experimenta psiquicamente.
A paixão pelo universo dos sentimentos infantis contribuiu também para a criação do “De Carona no Corona”, folheto educativo para crianças, relacionado à pandemia.