Quiet quitting: como lidar com a desmotivação no trabalho

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Photo by Andrea Piacquadio on Pexels.com

Nas últimas semanas, o termo “quiet quitting” tem sido alvo de debate nas redes sociais. A expressão surgiu para designar o hábito de trabalhadores executarem apenas o mínimo exigido de suas atribuições, sem interesse em entregar mais do que lhe é esperado. Para empregadores, essa prática é considerada uma “demissão silenciosa”, uma forma do colaborador expressar que não tem interesse em continuar trabalhando naquela vaga ou empresa. Os críticos, contudo, contra argumentam que essa postura é apenas uma forma de evitar desgastes por uma dedicação excessiva que, muitas vezes, não é vantajosa pelas condições de trabalho.

Para Uranio Bonoldi, autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais segurança e consciência na carreira e nos negócios”, o hábito de trabalhar sem estímulos para entregar mais do que o necessário é um problema que deve ser enfrentado. “Agir dessa maneira pode acabar impedindo a evolução profissional. O aprendizado e desenvolvimento depende da disposição para se arriscar em coisas novas, mesmo que isso não seja diretamente pedido a você. A falta de estímulo tende a estagnar o trabalhador, sem que ele cresça e alcance novos objetivos”.

De acordo com Bonoldi, é necessário uma análise mais profunda das causas desse desinteresse. “É importante que se comece por um processo de autoconhecimento. Será que estou numa área que me faz feliz? Estou numa empresa alinhada com meus valores? Estou de fato no caminho profissional que gostaria?”, aponta. Se a resposta para essas perguntas for “não”, então é melhor planejar a busca por algo que faça mais sentido para suas escolhas pessoais. “O que não pode ser feito é seguir por tempo indeterminado nesse estado de estagnação, sendo um profissional que não almeja melhorias”.

Quanto ao empregador, é importante que se pense no que pode ser feito para evitar que os colaboradores cheguem a esse ponto. “Muitas vezes o gestor nem sabe ao certo quais são os limites das atribuições dos colaboradores, e portanto não tem bem determinado o que é e o que não é esperado dos membros de sua equipe”, diz o escritor. A solução, portanto, é conhecer melhor as pessoas com quem se trabalha e buscar oferecer a elas as condições necessárias para que executem suas funções com mais empenho.

“Certamente, não é correto exigir que os colaboradores se desgastem pelo trabalho, mas é importante proporcionar a eles razões para acreditar que o alto desempenho é uma vantagem, e não uma perda de tempo”, pontua.

Sobre o autor:

Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão, é professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre “Poder e Tomada de Decisão”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO.

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