Gratidão pode ser definida como a capacidade de reconhecer e valorizar aspectos favoráveis do nosso dia a dia. Ao contrário do que se pensa, o hábito de ser grato não se contrapõe ao desejo de alcançar novas vitórias ou de conquistar posições para além daquilo que já se tem. Pelo contrário, ao perceber aonde chegamos ou entender que aquilo que possuímos no momento presente já foi um desejo profundo de outras épocas, reforçamos a idéia de ser ainda mais provável atingir novos anseios e sonhos.
Nesse sentido, esse sentimento tanto impulsiona como traz uma maior aceitação para o período atual. O olhar com a atenção direcionada ao que acontece de bom reduz o foco que, por vezes, damos às reclamações e impulsiona a construção de novos planos e metas. Ele pode expandir nossos níveis de motivação relacionados às atividades cotidianas e nos estimular a superar obstáculos e encarar novas oportunidades. Nossa determinação se expande e nos permitimos – tanto de maneira individual como coletiva – abraçar tarefas mais complexas e desafiadoras.
Como uma força de caráter, essa característica pode ainda ser desenvolvida. Quando recordamos situações com as quais sentimos contentamento, quando repetimos palavras de reconhecimento a respeito de tudo o que ganhamos ou, simplesmente, quando anotamos ou rememoramos diariamente àqueles momentos pelos quais somos gratos – tudo isso já nos leva ao fortalecimento de nossa capacidade de lidar com os impulsos e à valorizaçãodas mais agradáveis facetas que a vida pode nos ofertar. E isso faz muita diferença no modo de perceber o mundo que nos circunda.
Reconhecer o positivo em nossa história, nos ajuda a superar obstáculos e limitações e nos conduz na direção da percepção de ganhos futuros. Além disso, aumenta nosso bem estar subjetivo, equalizando nossas emoções e cultivando uma maior possibilidade de desfrutar verdadeiramente de nossos lucros e conquistas. Esse é um importante passo rumo à nossa saúde mental, através da apreciação, da conexão e do reconhecimento, gerando inclusive relações mais profundas e significativas. Gratidão incentiva e engaja, potencializando não apenas parcerias, mas o vislumbre da transformação – do que parecia impossível – em sucesso.
Sobre a autora
Bruna Richter é graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC. Escreveu os livros infantis: “A noite de Nina – Sobre a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e ” A Dúvida de Luca – Sobre o Medo”. A trilogia versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia, chamado “De Carona no Corona”. Bruna é ainda uma das fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.