A atriz, autora e ilustradora, Dayze Nascimento promove temporada da performance teatral literária “Ritmar, musicar… Vamos brincar?” em três unidades do SESC da Zona Norte do Rio de Janeiro. As apresentações únicas, dedicadas às crianças, vão circular com entrada franca.
As ilustrações, com projeções audiovisuais, compõem o cenário. Entre uma projeção e outra a atriz-performer interage com o público contando a história. Por meio da música, do canto e do movimento rítmico do corpo, o enredo é baseado no livro bilíngue italiano-português “Brincando com o Samba”, de sua autoria, publicado pela Editora Sinnos (Roma/Itália, 2002).
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Conheça a história e seu impacto
“Um pintinho de nome Brasileirinho nasce com um som particular, muito parecido com o instrumento de nome cuíca. De repente, contagia toda a comunidade em um só ritmo, irresistível!”. Busca estimular o interesse das crianças pela leitura através do ritmo, das artes cênicas e visuais, respeitando suas diferenças e suas formas privilegiadas de conhecer o mundo por meio do brincar. O projeto fortalece o encontro entre as famílias, os filhos e a comunidade escolar. “Entendemos que, por meio das atividades lúdicas são estimuladas as ações de afeto, de prazer, de ser e de viver em harmonia com as diversidades” – explica Dayze.
Em 2002 o livro impresso e bilíngue “Brincando com o Samba” foi publicado pela Editora Sinnos (Roma/ Itália). Em 2020/21 ele é adaptado em formato de audiolivro, ilustrado e musicado, incluindo vídeo-aulas e oficinas e ganha o Prêmio Arte & Escola (Lei Aldir Blanc/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro). E, neste ano, tem uma nova adaptação, versão presencial, passando a se chamar “Ritmar, Musicar… vamos brincar?”. Projeto selecionado para apresentação literária pelo edital SESC Cultura Pulsar RJ, 2021/2022.
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Do SESC de Manaus para o Rio e Roma
O encontro da atriz Dayze Nascimento com o “Serviço Social do Comércio” começou na cidade de Manaus em um Teatro de Bolso (SESC Manaus/AM) com 60 lugares, onde a atriz em sua trajetória, criou, atuou e desenvolveu alguns personagens em evidência. Uma época que não existiam papéis para atrizes negras na dramaturgia brasileira.
Por conta disso, a artista mereceu citação na tese de mestrado da USP “O Teatro Experimental do SESC como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016)”, de autoria da estudante e atriz Dinne Queiroz:
p. 286: “[…] vale ressaltar que a atriz que interpretava Maria Pequenina, Dayse Ângela Azevedo, é negra e na época isso tinha um peso maior, pois em Manaus, embora comprovadamente existam quilombos no perímetro urbano há muito tempo, era ínfimo o número de atores negros. Dayse pode ser considerada uma das primeiras atrizes negras, em plena década de 1980”.
“Foi quando comecei a descobrir, a sentir, a ter consciência do movimento do corpo e de sua expressão na relação com o território e com o outro, de cultura diferente da minha. Ali, fui levada pela ação cênica a um contexto da vida cotidiana. Eu, enquanto mulher negra e carioca, me vi em um espaço de encontros entre as culturas: nativa do Brasil, afrodescendente e europeia” – comenta Dayze.
E a atriz, segue lembrando o que para ela foi uma oportunidade única:
“Sou muito grata ao SESC por esse momento na minha carreira e pelo seu grande incentivo à cultura. Meu agradecimento em especial ao Márcio Souza, autor e diretor do TESC por todo aprendizado oferecido aos artistas integrantes da companhia, essencial para mim até hoje” – conclui.
Um pouco mais sobre a multiartista que oferece capacitação para professores e alunos
Mestre em Artes Cênicas pela UNIRIO e formação em dança pela Escola Angel Vianna. Morou por 15 anos na capital da Itália, lugar que se formou em Teatro Arte e Performance pela Universidade “La Sapienza di Roma”. Em Roma idealizou e desenvolveu nas escolas públicas o “Laboratório Performativo de Pedagogia Teatral Afro-brasileiro” – LPTAB, programa criado pela artista sob percurso intercultural e intertransdisciplinar para alunos e professores, dando início ao Percurso Performativo Teatral Literário de contação de histórias.
Produtora e mediadora cultural. Em 1988, funda a EspressartBrasile; em 2018 torna- se responsável pelo Ponto de Cultura – EspressartBrasile: Rede Mediação Cultural Escola Comunidade (RMCEC). Autora de literatura para a infância.
FICHA TÉCNICA
“Ritmar, musicar… Vamos brincar?”
Idealização, roteiro, ilustração, direção, músicas: Dayze Nascimento; Percussão; Geiza Carvalho Violão: Paulo Raymundo; Luz: Tony Lopes; Designer: Andrezza di Paula; Comunicação: Clóvis Corrêa; Fotos: João Bosco Gomes; Realização: EspressartBrasile Produções Artísticas.
Trilha sonora/ playback:
Músicas
Pra Ser Feliz e Brincar – letra e melodia de Dayze Nascimento com arranjo de Luiz Henrique Prado de Farias; Ovo Novo Chegou – letra e melodia de Dayze Nascimento com arranjo de Luiz Henrique Prado de Farias; Folhas Secas – letra e melodia de Dayze Nascimento.
Foram incluídas 3 músicas de outros autores:
“Moro na Roça” – Autores: José Batista/ Arnaldo Passos; “Ziriguidum” – Autor: Monsueto Menezes.
3 apresentações
DIAS:
28/10, às 16h – Teatro/SESC Madureira. Endereço: Rua Ewbank da Câmara, 90. Telefone: (21) 4020-2101;
24/11, às 15h – Sala multiuso/SESC Ramos – Sala multiuso. Endereço: Rua Teixeira Franco, 38. Telefone: (21) 4020-2101;
1/12, às 14h – Teatro 1/SESC Tijuca. Rua Barão de Mesquita, 539. Telefone: (21) 4020-2101.
Duração de cada apresentação: 40 minutos. Classificação indicativa: 4 a 6 anos de idade.
Mais informações
SITE: https://espressartbrasile.com
Blog: https://espressartbrasile.blogspot.com
YouTube: https://www.youtube.com/c/EspressartBrasileDayseNascimento