O renomado ator Marcelo Pio, conhecido por sua versatilidade que vai de tramas bíblicas na Record a papéis controversos no streaming, marca presença em novos projetos que prometem impactar o público. Em “Funk – Baile de Favela”, dirigido por Aly Muritiba e produzido por Heitor Dhalia e Manoel Rangel, Pio interpreta Mauro, um carismático empresário artístico carioca, ao lado de Duda Santos. O filme, que reflete a essência vibrante do funk carioca, traz um Mauro desafiador e astuto que interage com Sabrina, uma mulher determinada e inspiradora.
Com mais de 20 anos de carreira, Pio não se limita apenas à atuação, expandindo sua atuação para a produção e direção em teatro, cinema e TV. Seu trabalho recente inclui filmes e séries como “Todo Mundo Tem Problemas Com Amor” e “Verônika”, e ele já se prepara para novos desafios que surgirão em 2024 e 2025. Em uma reflexão profunda sobre sua trajetória, o ator revela o desejo de interpretar Jesus Cristo, um papel que considera o mais profundo e transformador que um ator pode almejar.
Marcelo Pio continua a impressionar com sua paixão e dedicação, demonstrando que a essência da arte está na constante evolução e aprendizado. Com o apoio da gestora artística Catapulta, que se destaca por promover talentos e priorizar a diversidade, Pio segue em busca de novos horizontes e desafios.
Como você se preparou para viver Mauro em “Funk – Baile de Favela” e o que mais o atraiu nesse papel?
Fui por um caminho naturalista, próximo das paletas de personas divergentes que tenho feito. Aly Muritiba na batuta de uma equipe incrível. Fiquei muito feliz com o convite do diretor de elenco Alonso Zerbinato. Um projeto da Paranoid, com produção do Heitor Dhalia e do Manoel Rangel.
Você mencionou que Mauro é um personagem esperto e malandro. Quais aspectos desse personagem foram mais desafiadores para você interpretar?
Todo mundo tem um lado aventureiro. Fui por esse caminho, que quer experimentar, viver e se jogar. Essa é minha filosofia ser divergente com o máximo de liberdade. Já tive uma festa “Virada a festa” e atacava de DJ, sei um pouco como funciona a noite Carioca, lhe dava com muita gente. As relações humanas te dão repertório para vive-las, entendê-las e respeitá-las. Estamos todos “conectados”. Procuro intencionalizar e observar os padrões do viver, isso me ajuda nos desafios.
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Como foi trabalhar com a equipe de “Funk – Baile de Favela”, especialmente com o diretor Aly Muritiba e a atriz Duda Santos?
A protagonista Duda Santos está ótima na performance da sua Sabrina, uma funkeira que busca alcançar o sucesso e o seu lugar. Ela me passou uma verdade que só as boas causas têm. O Aly foi tranquilo o tempo todo comigo e equipe, me pediu detalhes na cena, fiquei satisfeito em trabalhar com ele e sua grande equipe. Será um sucesso!
Você tem experiência prévia com comunidades como a do Vidigal. Como essa experiência ajudou na sua preparação para “Funk – Baile de Favela”?
Eu me sinto muito à vontade nas comunidades, me lembram os bairros tradicionais onde se solta pipa, carrinho de rolimã, bolinha de gude, onde a vida acontece com mais espontaneidade. Já ensaiamos uma peça inteira na comunidade do Vidigal, eu e minha parceira cultural Glauce Guima, no “Grito D’alma” de Tennessee Williams, foi uma das experiências mais ricas que tive nas relações humanas.
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Com mais de 20 anos de carreira, como você vê a evolução da sua atuação ao longo dos anos? Há algum papel ou projeto que tenha sido particularmente marcante para você?
Eu vejo essa evolução com muita alegria e orgulho. Ser um agente da cultura no nosso país é ganhar todo dia medalha de ouro. Também sou produtor teatral. Precisamos ser fortes e criativos, a vida dos artistas sempre foi assim e sempre será uma aventura necessária para tornar o sonho possível e palpável. Me honra muito ser um escolhido para isso, eu respeito muito minha arte e o nosso público, que nos prestigia e apoia. Eu amo todos os papéis que faço e recebo, eu sou um apaixonado por estar no processo e em cena criando, sendo livre e absoluto naquele presente. Pois a vida é um presente e sempre será.
Você mencionou que o segredo para transitar bem entre diferentes funções e gêneros é perceber a essência comum da arte. Pode falar um pouco mais sobre essa visão e como ela influencia seu trabalho?
Sim, ótima pergunta. A arte é o imponderável, o sutil, a mágica, o divino. Como explicar a diversidade e genialidade de um Michelangelo, Leonardo Da Vinci, como explicar um gol do Rei Pelé? A gente percebe que tem arte ali, aquilo nos atrai, nos magnetiza, a gente percebe que transcende. Por isso os artistas e atletas nos atrai tanto, percebemos que a natureza divina está intenso ali, se expressando e se expandindo o tempo todo. A arte em mim, é essa energia invisível que quer expandir a todo instante, quer se expressar, quer existir e trazer alegria, emoção, plenitude, satisfação. Quer revelar algo. Quando estou em cena estou completamente alinhado com o Eterno, mente, alma e espírito. Somente esta dimensão completamente absoluta e sutil, para nos fazer vivenciar algo tão grande assim.
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Você tem vários projetos em andamento, incluindo “Todo Mundo Tem Problemas Com Amor” e “O Homem de Ouro”. Como você equilibra todos esses projetos e mantém sua performance consistente?
Suas colocações sobre meu trabalho vão me fazer economizar algum dinheiro com terapia. Eu gosto da frase “não existe almoço grátis” temos que correr e nos esforçar o tempo todo. A preparação é fundamental, o estudo, conhecer coisas novas fora do nosso radar, estar sempre ligado com a atualidade, ler livros inteligentes, ver trabalhos de colegas da profissão, ver exposições, conhecer os trabalhos dos diretores, perceber a vida e as relações, experimentar o seu mundo interno tanto quanto o externo, saber das origens dos povos e civilizações, até física quântica eu estudo, tento me preparar para a vida, ser um pai melhor, um marido melhor, um amigo melhor e consequentemente minha arte de atuar cresce.
Você expressou o desejo de interpretar Jesus Cristo. O que o atrai nesse papel e como você acha que seria a experiência de interpretar um personagem tão profundo e significativo?
O que me atrai é a singularidade dele. É o criador na terra dialogando com sua criação. Ele traz a possibilidade de um mundo possível com paz, amor e respeito. Ele mostra o caminho, a verdade e a vida. Mas de verdade, na vida, sem filosofias. Só isso já te diria que teríamos uma vida inteira para discutir e viver. Jesus sempre foi uma paixão e enigma para mim, desde criança na minha amada cidade de Muriqui. Eu parava a minha bicicleta na frente da igreja, olhava lá para dentro e pensava “Porque crucificaram o Filho de Deus?”. Eu não entendia isso, mas como? O tempo foi passando e eu fui entendendo o planeta em que vivemos. Já tive muitas lindas histórias com Cristo, de cura e bênçãos. Sei que ele é meu amigo. Jesus é a figura central da humanidade, dividiu a história. Falou do Reino do Pai, dos mistérios vindouros, disse que temos que ser puros iguais a crianças. É lindo demais todo o amor e ensinamentos espirituais que ele plantou aqui na terra. Acho que viver essa experiência te coloca no melhor lugar da existência.
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