Ginecologista explica a relação do estresse com o equilíbrio hormonal da mulher

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A ginecologista Juliana Risso comenta que o estresse tem uma relação direta e significativa com o equilíbrio hormonal das mulheres. Quando o corpo está sob estresse, ele libera cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”. O excesso de cortisol pode interferir na produção de outros hormônios essenciais, como o estrogênio, progesterona e testosterona, causando desequilíbrios que podem afetar o ciclo menstrual, a fertilidade e até mesmo acelerar os sintomas da menopausa.

A médica cita que, além disso, altos níveis de estresse podem levar à resistência à insulina, ganho de peso e dificuldade em perder peso, problemas com o sono, e mudanças de humor. “Esses fatores, por sua vez, podem criar um ciclo vicioso, onde o desequilíbrio hormonal causa estresse, agravando ainda mais a situação. Para manter o equilíbrio hormonal, é crucial adotar práticas que ajudem a gerenciar o estresse, como a prática regular de exercícios, técnicas de relaxamento, dieta equilibrada, sono adequado, uso de fitoterápicos e suplementação adequada”, aponta.

Segundo a ginecologista, o estresse crônico pode desregular o eixo hipotálamo- hipófise-ovário,responsável pelo controle do ciclo menstrual, o que pode levar a ciclos irregulares ou até à ausência de menstruação. Já o cortisol elevado pode contribuir para a resistência à insulina, dificultando a perda de peso e aumentando o risco de desenvolver condições, como a síndrome do ovário policístico (SOP).

Outro efeito do estresse mencionado por Juliana é a redução dos níveis de progesterona, hormônio vital para a regulação do ciclo menstrual, manutenção da gravidez e ação gabaminérgica, ou seja, modula o neurotransmissor GABA que atua no sono reparador, irritabilidade, por exemplo. Baixos níveis de progesterona podem intensificar os sintomas pré-menstruais e aumentar o risco de abortos espontâneos, insônia, irritabilidade. Se o cortisol estiver elevado, ele pode afetar a função da glândula tireoide, causando hipotireoidismo, impacta o metabolismo e a energia. “O estresse não apenas afeta diretamente os hormônios, mas também desencadeia uma série de reações que podem comprometer a saúde física e mental, destacando a importância de técnicas eficazes de manejo do estresse para manter um equilíbrio hormonal saudável”, afirma.

Dicas para que o estresse seja evitado

A médica reforça que uma das estratégias mais eficazes é a prática regular de exercícios, como caminhadas, ioga ou qualquer atividade física que a mulher goste. Juliana lembra que o exercício ajuda a liberar endorfinas, que são neurotransmissores responsáveis por melhorar o humor e reduzir a tensão. “Incorporar técnicas de relaxamento no seu dia a dia, como meditação, respiração profunda e mindfulness, pode ser extremamente benéfico. Isso ajuda a acalmar a mente, a focar no presente e a reduzir a ansiedade. Garantir um sono de qualidade também é essencial para evitar o estresse. Criar uma rotina de sono, evitar cafeína e eletrônicos antes de dormir, e preparar um ambiente tranquilo para o descanso são medidas simples que podem fazer uma grande diferença. A alimentação balanceada é outra aliada importante. Manter uma dieta rica em nutrientes e evitar o consumo excessivo de açúcar, cafeína e alimentos processados ajuda a manter o corpo e a mente em equilíbrio”, destaca.

Para a ginecologista, organizar o tempo de forma eficiente é importante para evitar a sobrecarga e, consequentemente, o estresse. Dividir grandes tarefas em etapas menores, fazer pausas regulares durante o dia e priorizar as atividades mais importantes são maneiras de manter o equilíbrio, as conexões sociais saudáveis e buscar apoio, se necessário, é primordial.

Dra. Juliana Risso – Foto divulgação

A especialista observa que conversar com amigos, familiares ou um terapeuta pode proporcionar alívio emocional e ajudar a colocar as coisas em perspectiva. Ademais, reservar tempo para atividades de que a pessoa gosta, como ler, cozinhar, ouvir música, é uma excelente forma de relaxar e desviar a mente das preocupações diárias. “Essas práticas, quando incorporadas ao seu dia a dia, podem criar uma base sólida para a prevenção do estresse e promover um estilo de vida mais equilibrado e saudável. Por fim, procurar um médico e uma avaliação multidisciplinar com psicoterapeuta, por exemplo, para avaliar seus hormônios e nutrientes para modulação e equilíbrio desses com fitoterápicos, suplementação adequada e reposição hormonal, quando indicada”, finaliza.

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