Feliz no trabalho e com a saúde mental em equilíbrio

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Estudos e estatísticas confirmam que as organizações lucram muito quando seu quadro funcional é formado por pessoas satisfeitas e felizes. A produção e a entrega de resultados possuem uma expressiva elevação, quando o clima organizacional é satisfatório. Porém, estes mesmos estudos afirmam que o número de pessoas infelizes em suas funções, cresce a cada dia no Brasil.

O problema é que as pessoas não se dão conta disso, trabalham em piloto automático e, muitos evitam encarar algumas verdades. Por este motivo é muito importante refletir e analisar criticamente o que pode estar lhe gerando sentimentos negativos. Do contrário, a infelicidade e insatisfação podem alimentar outras sensações destrutivas, impedindo uma vida equilibrada e saudável dentro e fora da instituição empregadora. Pois, tendenciosamente, estamos sempre em busca de culpados para nossos desagrados. No entanto, nem sempre a raiz do problema está do lado de fora, em muitos casos, está em nós mesmos. E quando tomamos essa consciência e identificamos o foco da questão, fica muito mais fácil trabalhar uma solução eficaz e definitiva.

A cultura do imediatismo provoca a urgência em superar desafios, sem trabalhar os reais sabotadores de nossos resultados. No entanto, pesquisas de clima relatam aspectos negativos comuns em várias empresas para justificar essa insatisfação generalizada de colaboradores, por exemplo: excesso de cobranças; baixas remunerações; horários inflexíveis e jornada de trabalho puxada; metas elevadas de produtividade e, em muitos casos, inatingíveis; ideias incompatíveis com a chefia ou com os valores da instituição; além de salários atrasados; Claro que, muitas destas questões podem ser resolvidas se a empresa favorecer uma política de comunicação clara e transparente entre os funcionários, as lideranças imediatas e a alta direção.

Entretanto, o que podemos observar é que a infelicidade com o trabalho possui razões muito mais internalizadas e individualizadas, como: insatisfação com a carreira escolhida; falta de identificação com as tarefas executadas; dificuldade em expressar emoções; dificuldade para lidar com pressão e os desafios; falta de organização; descontrole na separação dos problemas da vida pessoal com o trabalho e o excesso de dívidas e preocupações financeiras. A verdade é que não somos preparados para praticar o autocuidado e olhar para nossas insatisfações internas, sem buscar culpados ao redor e sem projetar as frustrações pessoais no universo corporativo ao qual estamos inseridos.

Mas como mudar esse cenário? O primeiro passo para vencer essa infelicidade no ambiente de trabalho, é encontrar a verdadeira causa da insatisfação. Identificar o principal motivo da sua desmotivação. Mas, atenção, não adianta achar que essa busca é fácil e a solução virá de forma rápida e sem esforço. Não funciona assim. É preciso se desconstruir de crenças limitantes, dedicar tempo para reorganizar seus desejos e vontades e, principalmente, trabalhar o senso crítico. Colocando cada situação em sua caixinha adequada.

Em um primeiro momento, podemos cometer erros primários, como agir por impulso, fugir das nossas responsabilidades, culpar o mundo por nossa dor e tapar os olhos para o que diz respeito à desmotivação interna. Um exemplo: não resolver conosco e provocar uma mudança precoce do emprego, sem antes entender o que nos faz infeliz, certamente, fará com que a sensação de infelicidade só mude de lugar. Por que, muitas vezes, ela não está do lado de fora. Está do lado de dentro. E se não for resolvido, seguirá o indivíduo por onde ele for.

Reflita e responda a si mesmo: “ Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? ” Além disso, é muito importante entender e refletir sobre qual o significado que o trabalho tem em sua vida. Perceber se suas escolhas estão coerentes com o papel que se está desempenhando. O ideal é trabalhar suas perspectivas reais, e não as idealizadas do emprego dos sonhos.

Fato é que, estamos sempre em busca da felicidade, em todos os âmbitos de nossa vida. E esse sentimento é muitas vezes, conquistado quando conseguimos harmonizar realização profissional e pessoal. Visto que, estamos sempre em busca de algo, por sermos seres incompletos. O encontro com nossas necessidade próprias e o real sentido da vida, promovem uma melhor satisfação com as atividades que desempenhamos. E, não é novidade para ninguém, que as organizações também estão em busca desse colaborador ciente de seus desejos e de suas responsabilidades, afinal a consequência de uma infelicidade coletiva é uma legião de profissionais desmotivados, tristes, sem foco, apáticos, improdutivos, mal-humorados e ligados em modo automático, sem criatividade e desprovidos de visão de futuro.

Portanto, para se construir um futuro profissional promissor e adequado ás suas escolhas, estas devem ser mais assertivas e coerentes com sua individualidade, alinhadas aos seus sonhos, desejos e objetivos na vida. Ou seja, precisa fazer sentido, e não apenas servir para pagar boletos. Afinal, passamos a maior parte de nosso tempo, envolvidos em tarefas laborais. Enfim, provoque uma mudança em seu comportamento e, principalmente em sua visão das expectativas desejadas. Crie uma estrutura positiva que impulsione sua essência de encontro ao que busca como fonte de felicidade.

Compreenda e reflita se o descontentamento com a sua profissão ou com seu trabalho, não está na mudança interna que precisa se manifestar para que seus sentimentos venham à tona e a auto realização seja atingida. Ressignifique a vida, seja positivo em suas escolhas e honesto com seus desejos. Atribua a real responsabilidade e transparência de uma vida sobre os sentimentos negativos que o consomem. Assim, poderá eliminar a angústia, a tristeza, a desmotivação e, até mesma uma possível depressão. Afinal, muitas mudanças devem partir de nós mesmos.


Dra. Andréa Ladislau – Psicanalista         

* Doutora em Psicanálise, Membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de número 15 de Ciências Sociais, Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde, Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social, Professora na Graduação em Psicanálise, Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói, Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo, Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.

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