Exposição de Alice no País das Maravilhas inspira a reabertura das artes em Londres

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Você só precisa do primeiro passo Alice. Essa frase se tornou motivacional para toda uma geração que teve acesso a “Alice no país das maravilhas”. Acreditar nos seus sonhos e enfrentar os seus medos foi uma das coisas que essa clássica obra que perdura o tempo nos ensinou.

Londres estava vibrando semana passada com a reabertura de museus e teatros. O público depois de um longo inverno fechado teve a oportunidade de explorar a cidade e a arte que reverbera por todos os cantos. Na saída dos metros, músicos te esperam, cantam a esperança de um novo dia, um novo tempo.

Na rua mais famosa dos teatros, West End retorna com os musicais e a cidade respira arte novamente.

Foto: Divulgação

Mas a exposição “The Alice Look” no V&A- Victoria and Albert Museum de Londres além de homenagear os 150 anos da primeira edição do livro escrito pelo britânico Lewis Carroll oferece ao público uma passagem para o sonho. Uma viagem não apenas no tempo, mas uma possibilidade dos olhos acessarem a magia de acreditar e sonhar novamente.

Depois de tanto tempo em confinamento, onde o país praticamente parou e superou um longo e escuro inverno, nada mais propício que abrir a primavera com a imaginação de Alice e seus amigos.

Foto: Divulgação

A exposição além da parte filosófica inserida no próprio contexto da obra, mostra como Alice influenciou a moda, gerando tendências no mundo. Dividida em cinco partes, entre objetos, desenhos, instalações, vídeos, manuscritos originais e fotografias, o público ainda encontra pontos interativos, como jogar croquet contra a “Rainha de Copas”.

A famosa mesa onde o “Chapeleiro Maluco e a “Lebre de Março” tomam chá é um dos pontos favoritos no museu e ela também pode ser vista na rua principal de Camden Town, bairro de Amy Winehouse, onde por muitos anos, um grupo de artistas de rua encenam essa cena e convidam os transeuntes a participar.

Foto: Divulgação

A exposição também faz esse estudo das adaptações da obra em diversos contextos dentro da arte. Sua influência no surrealismo, com uma edição original do clássico ilustrado por Salvador Dalí. Do livro para o cinema, o teatro, o balé, a pintura e tantas reinvenções suas palavras geraram.

Impressiona a capacidade da obra de continuar influenciando e se reformulando dentro do tempo e espaço. A curadora Harriet Reed, comentou a AFP que “ todos podemos nos inspirar na viagem de Alice, sua enorme dose de otimismo e determinação, sua teimosia e seu desejo de superar circunstâncias muito difíceis”.

Foto: Divulgação

Assim, nada melhor que após uma fase de medos e incertezas, a população tenha acesso ao mundo psicodélico de Alice, onde a imaginação dá suporte a realidade e estimula a transformação.

Sempre lembre- “você só precisa do primeira passo”. Que não nos paralisemos diante dos obstáculos da vida.

Foto: Divulgação

A exposição inicia num trajeto de escadas escuro, com setas luminosas que apontam para diversos caminhos, como diz no livro “ Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve”. E quando nada fizer sentido lembre que “ A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível” e que viver o presente é sempre a melhor opção, “Não posso voltar para ontem, porque lá eu era uma outra pessoa”.

Contudo, na intensidade da curiosidade da vida ela aprende que “o eterno às vezes dura apenas um segundo”.

Que saibamos aproveitar cada segundo da oportunidade de eternidade de nessa terra estar, que a magia e a confiança de Alice possam te inspirar.


Fernanda Magnani – Atriz, Professora de Teatro e Palestrante

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