Nascido e criado em Guadalupe, Zona Norte do Rio, sua caminhada até o programa tem uma ligação quase que umbilical com projetos sociais. Seu primeiro contato foi através da Gastromotiva, ONG do Rio de Janeiro, que busca promover transformações sociais através da gastronomia. Anos mais tarde foi chef voluntário na Ocupação Mauá, que fica no bairro da Luz, em São Paulo, onde ministrava o curso de confeitaria profissionalizante, fazendo um trabalho parecido com o que recebeu da ONG.
Atualmente, está envolvido no projeto da Animateca, na Favela do Fallet (Santa Teresa, RJ) encabeçado pelo Anime DICRIA, liderado por Ed Cura. A ideia é levar informações em meio de jornal com personagens de anime, porém, retratando favelas e a realidade do subúrbio carioca.
Poderia contar um pouco sobre você e como começou seu interesse por gastronomia?
A influência começou com meu avô, por parte de pai, que era cozinheiro do exército. Minha mãe trabalhava em uma casa de família e me teve com 15 anos. Por um bom tempo foi mãe solo até conhecer meu padrasto foi quando tive convívio com esse meu avô. Como ela trabalhava muito, ficava com ele e com 5 anos já tinha esse contato com a gastronomia. Minha mãe depois de um período começou a trabalhar em uma confeitaria e comecei foi com ela que tive mais contato com a confeitaria.
Conte um pouco do seu caminho pela gastronomia?
Minha caminhada com a gastronomia veio através da Gastromotiva, ONG do Rio de Janeiro, que busca promover transformações sociais através da culinária. A partir disso, comecei minha trajetória trabalhando na Tapí Tapioca e, após um período, conheci de fato a realidade do mercado ao trabalhar em uma confeitaria, seguindo os passos de minha mãe, confeiteira de mão cheia, iniciando como ajudante. De lá, embarquei em uma nova empreitada, desta vez, em um restaurante asiático, South Ferro, onde permaneci quase um ano o que me trouxe toda uma bagagem em sua história.
Tudo mudou em minha vida quando recebei um convite para integrar a confeitaria do Prana, onde todo o cardápio seria assinado por mim. Sempre em busca de novos ares, parti em um novo desafio, ao lado da chef Manuele Lopes criamos a Ciclo, empresa especializada em comfort food. Nesse período, paralelamente, a confeitaria voltou a cruzar meu caminho quando começo a trabalhar no Mack, restaurante do Projac. Porém, a chegada da pandemia fez com que minha empresa fosse encerrada e fui desligado do outro trabalho. Foi quando comecei a trabalhar como chef em casa, fazendo e entregando comidas.
Com as restrições ficando mais brandas consegui uma nova oportunidade e retornei ao Rio de Janeiro, mais precisamente, Santa Tereza tendo minha primeira oportunidade como chef. Foi lá que criei meu prato autoral, barriga de porco com legumes confitados, farofa de pão tostado e redução de especiarias com laranja.
Me fale um pouco sobre os projetos sociais.
Na primeira passagem por São Paulo, participei como chef voluntário na Ocupação Mauá, que fica no bairro da Luz, onde ministrei um curso de confeitaria profissionalizante fazendo um trabalho parecido com o que recebi na Gastromotiva. Também participei do projeto Cozinha Fermenta, do SESC, sobre residência em cozinha preta denominado Chefes Cozinheiros Negros Influentes na Gastronomia, foram meus primeiros contatos ministrando aulas.
Atualmente, estou envolvido no projeto da Animateca, na Favela do Fallet, no Rio de Janeiro, encabeçado pelo Anime DICRIA, liderado por Ed Cura. A ideia é levar informações em meio de jornal com personagens de anime, porém, retratando favelas e a realidade do subúrbio carioca.
O projeto oferece uma conexão do jovem favelado e que gosta de anime através da união Brasil e Japão. É interessante pela estética e estrutura, porque, muitas vezes na favela não é possível ter nenhum tipo de contato com mangá, com isso, a Animateca facilita esses acessos, além de dar outras perspectivas aumentando o acesso à cultura.