Nos últimos anos, o Brasil tem visto cada vez mais mulheres ingressando no universo do empreendedorismo. Segundo informações divulgadas pela Monitor Global de Empreendedorismo 2023 (Global Entrepreneurship Monitor – GEM), as mulheres já representam 54,6% dos potenciais empreendedores no país. Esse crescimento, revela não só uma alteração significativa no panorama social e econômico do Brasil, mas também a procura por independência, flexibilidade e impacto social.
“Nós mulheres já somos a maioria. Entretanto, ainda somos as mais frágeis nesse meio; Somos as que têm sofrido mais em relação à mortalidade das empresas. Isso por conta, principalmente, das múltiplas jornadas, como cuidar dos filhos e da casa, o que limita a dedicação total ao negócio”, observa Priscilia Queiroz, especialista em liderança feminina e fundadora do Instituto Rede Mulheres que Decidem.
No entanto, o processo nunca foi simples; é preciso enfatizar que ainda existem muitos desafios enfrentados pelas mulheres empreendedoras no Brasil. “As principais dificuldades têm a ver com acesso limitado de crédito, crédito de investimento, preconceito de gênero e dificuldade em conciliar as demandas familiares com o desenvolvimento do negócio. É realmente curioso a gente pensar que nesse século nós ainda temos mulheres que estão sempre julgando outras mulheres, e isso precisa começar pelo nosso pessoal, isso precisa começar a ter um ponto importante dentro daquilo que eu considero de suma importância dentro dos negócios, que é a valorização da mulher.”, diz Priscilia.
Mesmo depois disso, a crescente participação feminina possibilitou um impacto significativo na natureza do cenário empresarial brasileiro, promovendo a qualidade de vida, a sustentabilidade e a diversidade. “A entrada da mulher no empreendedorismo está fazendo com que o mercado se diversifique, principalmente trazendo inovação e responsabilidade social. É comprovado que negócios liderados por mulheres tendem a adotar práticas inclusivas, desenvolvendo, por exemplo, produtos, serviços e negócios que atendam melhor às demandas de diferentes públicos. A mulher tem esse olhar mais acolhedor, mais inclusivo, que faz com que as empresas se tornem ainda mais humanizadas.”, afirma Priscilia.
As mulheres apareceram como um facilitador crucial na criação de novas redes de apoio e mentoria, aumentando a cooperação e a troca de aprendizado. Por sua vez, a rede está mudando radicalmente as condições de mercado, tornando o ambiente mais simpático e receptivo à diversidade. “Eu acredito que o empreendedorismo feminino vá crescer muito principalmente por políticas de incentivo e fortalecimento de redes de apoio. Mas, olhando para o Brasil, acredito que ainda precisamos de políticas de incentivo, principalmente pela violência física e mental, buscando, então, um ambiente mais inclusivo para um melhor acesso ao financiamento de capacitação.”, conclui Priscilia.
A presença feminina no empreendedorismo é muito mais do que uma tendência; é força, resiliência e capacidade de provocar mudanças. Elas podem estar abrindo seus próprios negócios, mas também estão ajudando a moldar um mercado mais inclusivo e socialmente responsável. Sem dúvida, o Brasil está assistindo ao surgimento de uma nova geração de mulheres empresárias que, com criatividade e coragem, estão transformando o cenário do empreendedorismo no país.
Empreendedorismo Feminino: Mulheres representam 54,6% dos potenciais empreendedores no Brasil
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