Estudos mostram as consequências psicológicas da pandemia de COVID-19 e avaliam o impacto psicológico do surto como moderado a significativo marco pedagógico, com sintomas depressivos, de ansiedade e níveis moderados a extremo de estresse.
Um recente estudo feito na China avaliou 320 crianças e adolescentes e apontou os principais impactos da pandemia na saúde mental. 32% das crianças menores de 6 anos estão dependendo excessivamente mais da atenção dos pais; 29% das crianças maiores de 6 anos estão mais desatentas; outros problemas como distúrbio do sono, falta de apetite, agitação, desconforto e pesadelos, também entraram na pesquisa.
Aline Gomes, neuropsicóloga e gestora do Espaço Cuidar Bem, destaca que, apesar de todos os esforços que foram realizados para que a aprendizagem continuasse mesmo à distância, o encerramento das escolas originou um grave prejuízo pedagógico.
“Agora chegou o momento de olhar para esse problema com muita atenção, acolhimento e cuidado. A escola precisa caminhar junto com a família e unir forças para ajudar essa criança e adolescente”, explica a neuropsicóloga e gestora do Espaço Cuidar Bem. Ela, ao lado da sua equipe formada por fisioterapeutas, bombeiros civis, nutricionistas, psicólogas e profissionais com especialização em Recreação, dá treinamento e capacita a equipe multidisciplinar da instituição para que todos os envolvidos atendam de forma acolhedora, ágil e dinâmica todos os alunos e familiares.
Como fazer, então, para que o período não desperte um comportamento de agressividade, negação ou frustração nas crianças e também nos adolescentes? Abaixo a neuropsicóloga aponta 4 tipos de sinais que precisam de atenção:
Ansiedade da separação – antes de mais nada, é importante que pais e professores fiquem atentos ao comportamento da criança, principalmente na volta às aulas, sem deixar que os próprios medos se transformem em aflições. Uma criança que sempre foi extrovertida e independente, por exemplo, se começar apresentar sinais de dificuldade de ficar sozinha, desconforto generalizado quando está longe dos pais e responsáveis, gerando uma reação exagerada de angústia pela separação, o profissional da escola precisa avisar aos pais. E vice e versa.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) – medo excessivo, irritabilidade, dificuldade para se concentrar, inquietação, são alguns sinais do transtorno. A criança acha que não vai conseguir fazer algo ou não será capaz. Se a criança ou o adolescente apresenta um desses sintomas, o primeiro passo é consultar um psicólogo. É ele quem determinará o diagnóstico como também o tratamento psicoterapêutico mais adequado e as estratégias mais eficientes, para controlar a ansiedade generalizada.
Fobia social – um medo excessivo de situações sociais. Agir de algum modo que possa causar vergonha, tem medo de falar e agir. Se preocupando com o que vão pensar dela.
Transtorno do pânico – ataques de pânico inesperados, com medo de que algo aconteça. Medo de desmaiar ou morrer.
SOBRE ALINE GOMES
A neuropsicóloga tem 20 anos de carreira. Consultora do Livro “Cuidador de crianças, cuidador de idosos – Orientações, rotinas e técnicos de trabalho”, SENAC.
Desde 2005 é a gestora do Espaço Cuidar Bem – uma empresa especializada em treinamentos de babá e doméstica. Um de seus nichos é o treinamento no segmento escolar (cursos in company para colégios e escolas). Ou seja, o treinamento é voltado para preparar a equipe escolar para que todos os envolvidos no âmbito da instituição atendam de forma exemplar os alunos e familiares.