Em meio a uma crescente discussão pública, uma consulta online que propõe restrições na prática da psicoterapia no país já angariou o apoio de mais de 72 mil cidadãos e o declínio de mais de 18 mil. A iniciativa, acessível através do link aqui, surge como resposta à falta de uma regulamentação mais robusta dessa importante prática terapêutica no Brasil.
Para Romanni Souza, psicólogo especializado em Neurociência e treinador oficial do Instituto Romanni, a discussão vai além da simples regulamentação. Ele destaca que ser psicoterapeuta envolve um compromisso de auxílio e cuidado com o bem-estar emocional das pessoas. Segundo ele, “Ser um psicoterapeuta significa se colocar em uma posição de ajuda, entender os processos psíquicos e trabalhar junto ao paciente para transformar aspectos de sua vida”.
A opinião de Souza é embasada em uma visão ampla da psicoterapia, que engloba não apenas os profissionais formados em Psicologia, mas também aqueles capacitados em outras áreas terapêuticas. Ele ressalta que diversas abordagens, como a psicanálise, a gestalt terapia e a terapia familiar, são também relevantes no cuidado com a saúde mental.
De acordo com Romanni, limitar o acesso à psicoterapia pode ser contraproducente. Ele argumenta que, ao invés de restringir, deveria haver uma maior democratização do conhecimento sobre saúde mental e psicoterapia. “É essencial que todas as pessoas tenham acesso a bons conhecimentos sobre emoções e comportamentos, promovendo autoconhecimento e também uma forma de autocuidado”, afirma.
Além disso, Souza questiona a real diferença prática ao limitar o uso do termo “psicoterapeuta” apenas aos profissionais formados em Psicologia. Ele sugere que “A confusão está no termo, não na prática. Terapeutas, sejam psicólogos ou não, desempenham um papel importante na promoção da saúde mental”, explica.
Em sua visão, ao invés de buscar exclusividade, a classe dos psicólogos deveria promover ainda mais o acesso à psicologia e à saúde mental. Ele destaca que a motivação dos profissionais de áreas relacionadas a psicoterapia está mais ligada à vontade genuína de ajudar do que a questões financeiras.
Para Romanni Souza, a consulta pública sobre restrições na psicoterapia é uma oportunidade para repensar não apenas a regulamentação da prática, mas também a forma como o conhecimento em saúde mental é disseminado e acessível a todos os cidadãos brasileiros.