Muitos empregos que vigoram hoje não existirão daqui a dez anos. Diante disso, diversos profissionais se percebem vulneráveis buscando um direcionamento mais coerente para seu progresso no âmbito coorporativo. Ainda que os novos desafios laborais exijam uma reinvenção, caso não conheçamos os cargos de um futuro próximo, parece impossível que consigamos nos preparar adequadamente para eles.
Em meio a tantas mudanças, contudo, mais do que um aprimoramento para exercer determinada função, se torna indispensável que busquemos refinar nossas aptidõese habilidades relacionadas ao nosso comportamento. Desse modo, o capital mental recebe cada vez maior visibilidade, num momento onde o engajamento se torna o grande diferencial das organizações.
Dessa forma, o equilíbrio emocional ganha foco quando pensamos sobre o sucesso e o fracasso no mercado de trabalho. Com ele podemos ressignificar frustrações diante de um desempenho mediano e perceber que os erros são parte fundamental no processo de desenvolvimento. É através de nossos desacertos que conseguimos progredir, e, portanto, não há necessidade de associa-los a afetos negativos.
Do mesmo modo, conseguimos enxergar nas empresas atuais que ser bem sucedido não é algo permanente, mas algo que se busca ativamente através do aperfeiçoamento de nossa flexibilidade cognitiva, tomada de decisão e pensamento crítico – não estando assim atrelado apenas a sentimentos considerados positivos. Esse processo de busca por melhoria contínua pode gerar angústia naqueles que não optarem por trabalhar suas questões afetivas.
Num cenário onde grande parte do conhecimento e da tecnologia se atualizam constantemente, as competências socioemocionais assumem um lugar de destaque nas empresas. São elas que, para além da técnica, influenciam o modo como os trabalhadores experimentam as sensações de vitória ou revés. Com isso, há a possibilidade de que se descubra a confiança e o propósito necessários diante dos novos desafios que se apresentam.
Bruna Richter é graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC. Escreveu os livros infantis: “A noite de Nina – Sobre a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e “A Dúvida de Luca – Sobre o Medo”. A trilogia versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia, chamado “De Carona no Corona”. Bruna é ainda uma das fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.