O intuito é fazer com que as pessoas reabilitadas da Previdência Social e portadoras de deficiência reencontrem o seu espaço no mercado de trabalho. Pelo menos, 10% das vagas nos supermercados devem ser destinadas a este grupo
Desde junho de 2021, o comércio varejista de supermercados de São Paulo, promoveu um acordo mútuo, envolvendo a Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo – Fecomerciários, o Sincovaga e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE-SP.
O acordo tem por intuito promover tanto a inclusão social de pessoas que já foram beneficiárias da Previdência Social, encontrando-se atualmente reabilitadas pelo órgão à retornar ao mercado de trabalho, bem como as pessoas que são portadoras de qualquer deficiência física.
A meta é que empresas varejistas de alimentos, no caso, qualquer supermercado, por exemplo, com mais de 100 funcionários, tenham ao menos 10 empregados portadores de alguma deficiência.
Isto conforme determina a Lei Federal nº 8.213/91 (conhecida como Lei de Cotas).
Oportunidades
Um seriado norte-americano estreado em 2017 mostra um cenário bastante conhecido – embora bem distinto. Na trama, um médico recém formado e portador de autismo, inicia a residência médica em um conceituado hospital da cidade.
Apesar de todo o preconceito e resistência por parte da direção do hospital em aceitar a contratação, o médico passa a conquistar aos colegas e pacientes por conta de sua grande habilidade e competência profissional ao analisar os exames e atestar o diagnóstico.
A história é também baseada em uma série homônima sul-coreana de 2013 – que traz a mesma narrativa para as telas.
O intuito, claro, é questionar: “Por que estas pessoas, apesar de suas limitações, não podem exercer suas atividades uma vez que são aptas para desenvolvê-las?
Empresas de fast food, por exemplo, antes mesmo dessa discussão ganharem espaço na mídia e na sociedade, já contratavam – embora acanhadamente, portadores de autismo e síndrome de down para atendimento e atividade de suporte na cozinha.
Por sua vez, no Brasil, desde 2013 o Sincovaga promove iniciativas de incentivo à inclusão destas pessoas no mercado de trabalho.
No total, 18 empresas tornaram-se parceiras do sindicato no programa “Coexistir Valor Humano”, no intuito de preencher o valor máximo das cotas de emprego com os profissionais que pertencem a um dos quadros.
A única dificuldade existente, conforme o Sincovaga, é com relação às restrições aos portadores de deficiência intelectual, em postos como caixa de supermercado, por exemplo.
Alguns supermercados, por sua vez, já investem em cursos de libras para que os funcionários possam se especializar e atender ao público da melhor forma possível. Outro recurso já disponível diz respeito à acessibilidade nos sites.
Alguns sites de supermercados já oferecem uma ferramenta para portadores de deficiência auditiva, de forma que é possível acompanhar os conteúdos e entendê-los. Tais ferramentas já traduzem até 12,5 milhões de palavras.
Como praticar essa inclusão e incentivar?
Programas como o Coexistir do Sincovaga podem ampliar as prospecções na sociedade e ao mesmo tempo, promover uma análise mais minuciosa de postos de trabalho em todo país, que visem atividades voltadas aos PCD’s.
Isso em vários tipos de estabelecimentos e em todos os segmentos.
O objetivo é que sejam eliminados quaisquer empecilhos à contratação destas pessoas, para que possam exercer suas atividades como qualquer outro cidadão. E claro, além dos empecilhos, os possíveis preconceitos que possam impedir que estas contratações ocorram.
Contra isto, existe a Lei das Cotas, assegurando a possibilidade destas contratações.
Eliminando os empecilhos na contratação, por exemplo, permite-se a oportunidade de se conseguir um ótimo profissional no mercado e ao mesmo tempo, garantir que inúmeros outros possam cuidar de si e de suas famílias com mais dignidade.
