Carta para o meu Pai

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Escrevo esse texto para você. E embora a data me pareça propícia para tal, acredito que não há um momento determinado para que eu possa falar tudo àquilo que acredito que precise ser dito. Nesse contexto, eu desejo que o que poderia ser pensado como principal não seja esquecido ou negligenciado. Para tanto, resumo aqui para que entenda e internalize: Eu preciso de você, pai!

E necessito por inúmeras razões. Você que exerce a função paterna, tão importante em minha vida, é também responsável pelo meu desenvolvimento pleno. E embora vivamos em uma cultura onde esse papel esteja mais associado à maternidade, não me restam dúvidas de que seu posto não é substituível. Aliás, se isso precisar ser feito, restará em mim um vazio imenso e doloroso, impossível de ser preenchido.

Você, a quem tenho a honra de chamar de pai, é aquele que me lança no mundo. Quem me fornece segurança, energia e coragem suficiente para que eu me arrisque a caminhar em direção a minha própria vida. É através da aposta que sinto que você tem em mim, que me estruturo e fortaleço para seguir meus próprios passos. Minhas relações com os demais serão profundamente baseadas na nossa própria relação.

Você, pai, que se torna também meu espelho. Que funciona como um modelo, que insisto em copiar, para descobrir qual a minha posição diante do outro. Você que é e sempre será uma referência para mim – às vezes para imitar e tantas outras para balizar minha maneira própria de fazer o que julgo ser correto. Aquele que me conduz com firmeza e autoridade em direção às regras e normas imprescindíveis para a convivência social.

Que fique claro: sua presença ativa em minha rotina muda para sempre a minha história. Se na sua ausência, fico inseguro e até agressivo, quando você vibra comigo, quando se orgulha de mim, quando me acolhe, você permite que eu expanda e ultrapasse limites. Você me fortalece. E é por tudo isso que aproveito esse espaço para lhe dizer que muito do que sou decorre da sua atuação, da sua conexão e do seu amor por mim, meu pai.


Bruna Richter 

Psicóloga graduada pelo IBMR e Bióloga graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui pós-graduação em Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Também é formada em Artes Cênicas pelo SATED do Rio Janeiro, o que a ajudou a desenvolver o Grupo Grão, projeto voluntário que atende pessoas socialmente vulneráveis, onde através de eventos lúdicos, busca-se a livre expressão de sentimentos por meio da arte.

Seus livros infantis “A noite de Nina – Sobre a solidão”, “A música de dentro – Sobre a tristeza” e “A dúvida de Luca – Sobre o medo” fazem parte de uma trilogia que versa sobre sentimentos por vezes vistos como negativos, mas que trazem algo positivo se olharmos para eles mais atentamente. Estes dois últimos inclusive entraram para a lista paradidática de uma tradicional escola montessoriana na cidade do Rio de Janeiro.

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