Brincadeira de adulto

Mercado de produção de conteúdo adulto já movimenta bilhões no Brasil, faz do setor um case financeiro e transforma produtoras como Ana Otani em referência de sucesso

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O que antes não passava de uma inocente bisbilhotada pelo buraco da fechadura, hoje atrai milhões de olhares, holofotes e câmeras de todos os lugares. O sucesso financeiro avassalador do conteúdo adulto no Brasil se tornou um case financeiro de sucesso. Com seus vídeos super produzidos e concursos recheados de polêmicas, a paranaense Ana Otani, de 30 anos, tomou a dianteira no segmento que movimenta mais de US$ 2 bilhões anuais no país. Empresária, influenciadora e cronista, os olhos da morena brilham ao ver o tamanho que o mercado nacional atingiu. 

“Atualmente, com toda diversificação que possuo nas minhas empresas, conto com uma loja online de lingeries, venda de cursos de educação sexual, venda de conteúdo +18 e os concursos que organizo. Posso dizer que faturo mais que muito CEO de multinacional”, diz ela, evitando revelar o tamanho de seu faturamento mensal, que fica na casa dos seis dígitos. “Essa receita vira novo investimento em produções e concursos, mas vou investindo capital de modo diversificado. Desde cripto ativos a investimentos mais conservadores. Com a diversificação, ficamos bem menos suscetíveis a qualquer crise ou problema numa determinada área, ou investimento”.

Chegar a um patamar desses não é simples. Não vem da noite para o dia. Nem com varinha de condão. Envolveu suor, dedicação, superação, estratégia de marketing melhorada a cada postagem, além de coragem para encarar o julgamento de amigos e família. 

“A gente enfrenta muito preconceito. Meu trabalho não é só aparecer pelada. Tem um monte de gente que faz isso. Eu fui descobrindo o que vendia, o que funcionava. Aprendi sobre marketing para criar estratégias que fizessem o meu conteúdo se destacar e despertar interesse entre tantos no mesmo segmento.  Deu certo. Hoje, sirvo de exemplo para quem quer começar”, destaca Otani, que acumula mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais.

Do salão de beleza para as telinhas

Até decidir produzir conteúdo adulto, Ana teve poucas experiências profissionais. E amorosas também. Seu único trabalho, que ela trata como convencional, foi aos 15 anos, no salão de beleza da sua mãe, quando ainda morava no interior do Paraná. “Ganhava cinco reais para aproveitar o domingo, não tinha dimensão do que era usufruir meu próprio dinheiro”, lembra ela. 

A vida amorosa no interiorzão de meu Deus foi tão monótona quanto a profissional. A ida para Santa Catarina, aos 22 anos, foi mais do que uma mudança só de casa. Foi uma verdadeira reviravolta na vida.

“Minha vida sexual se tornou ativa e interessante. Daí, foi um pulo para criar, com a ideia de um amigo, o blog de contos eróticos chamado ‘Segredos de Ana’, em 2017”, explica a influenciadora. “O blog se tornou um sucesso, abrindo oportunidade para levar meu conteúdo e minhas histórias para outros meios, como o YouTube”.

Dentro da rede de vídeos, seu público foi crescendo e se consolidando. Mas a conta foi banida por cinco meses, fazendo com que Ana procurasse outro meio de sustentar a família: avó e filha, que ficaram no Paraná. Sem nunca ter enviado um nude na vida, em 2018, Ana passou a produzir fotos e vídeos sem roupas. O resultado foi imediato: mais de R$ 100 mil em venda de conteúdo em menos de quatro meses. 

“Comecei com isso muito antes de surgirem o OnlyFans e outras plataformas de conteúdo adulto. Por isso, digo que desbravei esse segmento e me dediquei para entendê-lo e fazer dele minha profissão. As pessoas começaram a entender que esse é apenas o meu trabalho. Produzo conteúdo exclusivo para quem quer comprar. Não faço mal a ninguém. Estudo, me dedico, emprego pessoas, gero renda. O que tem de errado?”, questiona.

Se chegar ao patamar em que está foi difícil, se manter no topo é ainda mais trabalhoso. Mas, como não para de estudar melhores práticas mundo afora, Ana já mirou no futuro. Iniciou um trabalho de mentoria para as novas mulheres que chegam ao segmento. 

“Meu intuito é ajudar elas a evoluírem mais rapidamente. Com a minha experiência, posso agilizar esse processo, evitar os percalços que conheço bem e blindá-las de todos os perigos que esse mercado traz. Então, nos próximos anos, já me vejo ajudando as moças a enxergarem que podem ter um futuro melhor, sendo independentes e responsáveis por suas vidas”, ensina.

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