Contagem regressiva! Cinco, quatro, três, dois, um: hora de transplantar todos os nossos desejos mais profundos para a realidade. De sonhar muito e realizar tudo. De acreditar na força de um novo começo e fazer projeções para os próximos doze meses que já insistem em se anunciar. Figa, lentilha, sete ondinhas e muita esperança de que esse ano que se inicia será aquele da mudança. Mas será que isso tudo funciona?
Para a maioria das pessoas, e deixo claro que toda regra têm exceção, essa maravilhosa relação de novas possibilidades acaba por não sair do papel. Ou tem um inicio tímido, um meio um pouco embolado e um fim extremamente precoce. E isso acontece porque para além da vontade – e da motivação que uma data importante como essa nos traz – é preciso que haja intimamente uma mudança de atitude.
Para que novos hábitos sejam adquiridos, inicialmente precisamos estar atentos para os motivos que nos levaram a desenvolver os antigos. Isso parece trivial, mas ao contrário, é exatamente o que nos leva a sustentar determinada maneira de agir ou de pensar. Assim, um primeiro passo pode ser refletir sobre os ganhos que se tem ao manter essa atitude que agora você deseja transformar.
De posse desses dados, busque então, novas estratégias para chegar ao mesmo fim. Ou seja, invente alternativas que nesse momento lhe pareçam mais satisfatórias e que não te impeçam de criar tudo àquilo que espera pra você. Para isso, muitas vezes, precisamos entrar em contato com medos profundos ou sentimentos densamente enraizados em nós. Contudo, essa é a maneira mais segura de conseguirmos vislumbrar o que nos impede de chegar onde queremos.
Assim, descobrir quais os ganhos atrelados ao seu modo de viver atual, entendendo também que crenças te impulsionam a continuar fazendo algo da forma como sempre fez, pode minimizar possíveis empecilhos diante da mudança. Em meio a uma lista que costuma ser reproduzida ano após ano, com um olhar mais profundo e reflexivo sobre seus bloqueios e limitações, o comando para a ação efetiva pode ajudar que 2021 seja o ano da sua virada.
Bruna Richter é graduada em Psicologia no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) e pós graduanda no curso de “Psicologia Positiva” da PUCRS (com previsão de conclusão em março de 2021) e em “Psicologia Clínica” pela PUCRJ (com previsão de conclusão em novembro de 2021). Escreveu livros infantis que versam sobre sentimentos que, por vezes, são difíceis de serem expressos pelas crianças – no ruído de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre aquilo que não conseguimos dizer. Livros: “De carona no corona”, ” A noite de Nina – sobre a solidão”, “A música de dentro – sobre a tristeza” e ” A dúvida de Luca – sobre o medo”.
Bruna é uma das fundadoras do projeto social Grupo Grão, que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também é formado em Artes Cênicas pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio (SATED), o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.