A Cultura nas Olimpíadas

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As Olimpíadas são uma oportunidade de agregar culturas e sonhos de todas as partes do mundo. Ela tem o poder de unir as nações, de quebrar preconceitos e criar diálogos universais.

Ela mexe com sonhos, com resiliência e inspira o mundo. Exemplos de superação, histórias de dor que se transformaram em vitórias, um verdadeiro livro de foco e concretização. Independente de medalhas, a possibilidade de estar lá e representar o seu país é uma conquista de muitos. Os resultados podem até refletir a questão econômica dos países que competem, mas as exceções são marcadas por seres que não viram limites para conquistar suas metas.

O Japão é um país que sempre foi exemplo de disciplina e organização, isso ficou nítido no evento que ocorreu da forma mais tranquila e produtiva possível. Em um ano pandêmico onde as relações humanas ficaram mais virtuais e o medo coletivo dominou o mundo, um evento como esse só poderia reforçar a crença da esperança e de dias melhores.

O evento ainda abriu debates sobre a inclusão social e a problemática dos atletas refugiados que pela segunda vez desde 2016 no Rio tiveram a oportunidade de competir. Essa questão tão profunda de pessoas que perderam suas nações teve espaço para o debate e para reflexão mundial. A questão climática também atinge países que podem deixar de existir num futuro próximo e debater a internacionalidade é crucial para esse momento da humanidade. Esse ano a equipe foi representada por 29 atletas, eles também possuem o status de refugiado das Nações Unidas enquanto vivem em vários países de acolhida.

Rayssa Leal – Medalha de Prata no Skate Street

Uma união de Culturas, de crenças e valores que possibilita a troca de conhecimento e abrange a percepção de mundo. Mesmo que através de uma tela, todos foram envolvidos pela bela Cultura Japonesa, que vive um equilíbrio entre sua tradição e o polo tecnológico que se transformou, um país que acompanhou a globalização e não perdeu sua Cultura Milenar. O Japão tem a capacidade de equilibrar o belo e o útil, de respeitar a natureza e valorizar o lado espiritual. Um país que já foi destruído por guerras e Tsunamis e sempre teve a capacidade de se reconstruir, tem a resiliência como exemplo para o mundo.

E assim seguimos, de quatro em quatro anos com a oportunidade de adentrar em uma nova Cultura, aprender como uma nação se organiza, como ela se alimenta, como busca sua evolução material e espiritual, como ela reflete sua arte, como sua natureza se forma. Esperamos com alegria esse evento ser realizado no berço da Cultura Europeia, Paris famosa por seus museus, por sua arquitetura e arte nos trará além dos jogos, um baú de riquezas culturais.

Essa troca universal só poderia ser uma mescla entre o esporte e a cultura que nos une, nos fortalece, abre caminhos para um mundo mais justo, inclusivo, nos permitindo ter a percepção do todo. Sair da própria zona de realidade e ter acesso a outras formas de organização social é fundamental para a evolução da humanidade.

Ítalo Ferreira – Medalha de Ouro no Surf

Que nunca percamos a sede de conhecer e desbravar o novo, assim como nossos atletas mostraram ao mundo que a vitória, a excelência nem sempre depende das condições financeiras, algo muito além pode surgir dentro de uma alma que deseja se superar.

A nossa Cultura de resistência também tem muito a ensinar ao mundo. Que sigamos cheio de esperança de um novo tempo. Obrigada Japão por reacender a alegria do Mundo.


Fernanda Magnani – Atriz, Professora de Teatro e Palestrante

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