Nosso contexto possui impacto direto em nossas histórias. Ele nos atravessa e não é possível que fiquemos indiferentes aos seus vestígios. Somos assim, frequentemente, influenciados por toda a conjuntura que se estabelece nas entrelinhas dos mais diferentes ambientes em que transitamos – seja na vida pessoal, familiar ou profissional. Portanto, é fundamental observar a importância disso em um ambiente corporativo.
O trabalho não costuma ser um local com o qual associamos frequentemente os nossos sentimentos. Há uma representação social fortemente instaurada de que nele precisamos nos manter mais impessoais e estáveis. De que é necessária uma suspensão constante de nossas emoções para que consigamos alcançar nossas metas dentro do prazo esperado com a máxima efetividade.
Contudo, o que se percebe, cada vez mais, é que um relacionamento positivo com os colegas de trabalho e as relações sociais que lá se estabelecem são o ponto de partida para as organizações que possuem um ambiente positivo extremamente desenvolvido. O clima da instituição se relaciona intimamente com a capacidade de colaboração, empatia e cooperação entre todos os seus integrantes.
Se em nosso emprego passamos, diariamente, grande parte de nossa vida, é esperado que possamos incluir as relações que lá se dão como parte de nossos laços sociais mais significativos. Inclusive quando pensamos o trabalho em equipe, o afeto pode se mostrar um grande aliado no desenvolvimento de estratégias sensíveis que auxiliem os gestores em cada caso a desenvolver seu grupo com maior clareza e objetividade.
Portanto, embora a capacidade técnica e o conhecimento seja algo imprescindível, o comportamento e a habilidade de se relacionar com os demais se torna cada vez mais fundamental na escolha de profissionais para atuarem em uma empresa. Dessa maneira, o entendimento subjetivo dos integrantes pode unir os colaboradores de modo a motivar e engajar,favorecendo a produtividade a partir da afetividade.
Sobre a autora
Bruna Richter é graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC. Escreveu os livros infantis: “A noite de Nina – Sobre a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e ” A Dúvida de Luca – Sobre o Medo”. A trilogia versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia, chamado “De Carona no Corona”. Bruna é ainda uma das fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.