Você não casa para se separar, mas você sabe que isso pode acontecer. Casais se encontram e se apaixonam. Vivem a alegria do encontro no aperto de um abraço afetuoso, no companheirismo de muitas madrugadas… Porém, algumas pessoas, quando se separam, esquecem que viveram momentos inesquecíveis de paixão, cumplicidade e encanto. Daí, separam-se com gana um do outro, vontade de ferrar com aquele ser que as fez feliz em tantos dias que estiveram juntos e traziam nos ombros os mesmos objetivos, os mesmos sonhos, as mesmas loucuras.
O seu amor que não deu certo, um dia deu. Um dia estava dando. E se não continuou não há culpados, pois as pessoas mudam, se desentendem, não se aceitam mais. Ou até passam a gostar de outras. O que era qualidade vira defeito, mas não precisaria virar desafeto. Então, se você pensar melhor pode ser que entenda o poema abaixo.
Se você aprende a ressignificar suas vivências “ruins” em experiência, você passa a ter sabedoria em vez de histeria, passa a ter consciência em vez de navegar sem rumo por águas bravias do desamor por si e pelo outro. Brigar nunca será a melhor opção. Odiar depois de separados nunca é o melhor caminho. Ressignificar um casamento desfeito pode evitar muitos lamentos nossos e de nossos filhos, quando eles existem. Então, leia o texto abaixo e extraia o que pode ser mais proveitoso para sua vida. Envie a amigos/ a amigas que estão em pé de guerra, sem se entender, sem entender de fato o que está acontecendo. O mundo não precisa de mais guerra, precisa de paz. Veja a pessoa por trás do evento. E tente aceitar que não deu.
Ressignificar
o meu amor que não deu certo
ajudar meu sentimento a tomar outros rumos?
Mais saúde haverá na vida
se aceitar a contingência do acaso
E se um caso acabou
por que não aceitar que entre os seres haja
a mais sensata desvinculação?
Por que desprezar a união desfeita,
se melhor do que descartar é manter
e customizar?
Melhor do que destruir é oferecer colo
sem sexo necessário.
O inimigo nem sempre mora ao lado.
E se me sujeito a ser melhor
não preciso instaurar a natural bastilha
− morte ou assassinato −
Não há nexo em amar tanto
e depois de passado o pranto inicial
Odiar odiar odiar …
Por que se irritar tão menos com o vizinho
que aprontou até bem mais
e não olhar na cara aquele ser
que dividiu comigo alguns anos essenciais?
O luto desse amor
tem que ser transmutado em vinho
sem escorrer pelo pescoço
Precisa ser maturado
sem virar vinagre
É importante aprender a abandonar o investimento
Sua inscrição psíquica na minha pele
Não preciso sofrer o dano do descaso
em mim
nem no outro
Por que, se perdi o casamento,
tenho de viver o lamento de perder a pessoa?
Ressignificar esse vínculo
é ser mais inteligente…
e aposto que a inveja
fará mal a muita gente.
Janice Mansur é escritora, professora, revisora de tradução,
criadora de conteúdo e psicoterapeuta (atendendo online).
Canal do Youtube: BETTER & Happier Instagram: @janice_mansur