Versões de ovos de Páscoa sem açúcar e leite trazem inclusão para a festividade

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Comer ovos de chocolate na Páscoa se tornou um rito social comparável a grandes festas como o Natal e Ano-Novo. A tradição de origem francesa, iniciada em meados do século XIX, extrapolou vínculos religiosos e se incorporou à cultura de inúmeras nações. Por isso, deixar de provar as delícias típicas desta época é algo tão difícil para indivíduos com restrições alimentares. 

A maioria das unidades comercializadas possui, em média, 150 gramas e tabelas nutricionais que revelam alta concentração de carboidratos, açúcares, sódio e gorduras. Para fins comparativos, um ovo simples de chocolate ao leite tem cerca de 57 g de açúcares totais para cada 100 g. Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de, no máximo, 50 g de açúcar para adultos e 30 g para crianças. 

É certo que o processo de fabricação dos produtos tradicionais conta com o acréscimo de grandes quantidades de aditivos que conferem sabor e durabilidade. Mas, junto do paladar característico, chegam os efeitos nocivos à saúde e ao bem-estar que esses excessos podem ocasionar em intolerantes à lactose ou diabéticos. 

Novo nicho 

Quem possui intolerância à lactose não consegue digerir esse carboidrato, devido a alguma deficiência ou ausência da enzima lactase, responsável pela decomposição e absorção da substância no intestino. Por isso, precisa evitar quaisquer chocolates que tenham como base o leite animal e seus derivados. 

De maneira semelhante, portadores do Diabetes Mellitus tipo 1, tipo 2 ou Gestacional devem restringir alimentos que causam hiperglicemia. Afinal, quando a taxa de glicose no sangue está alta, pode-se sofrer com lesões na retina do olho, danos nos nervos, infecções e até mesmo infarto do miocárdio ou acidente vascular. No caso das gestantes, a sobrecarga de açúcar aumenta as chances de problemas congênitos graves no bebê. 

Ovos especiais

Para atender uma demanda específica por versões menos gordurosas e doces, surgiu uma vertente no mercado que trabalha exclusivamente com a produção de ovos especiais. Esses produtos costumam ser fabricados a partir de ingredientes naturais e minimamente industrializados, como, por exemplo, a versão caseira feita com a mistura de óleo de coco, manteiga de coco, cacau 100% e essência de baunilha. 

Além dessa adaptação, compatível tanto para intolerantes quanto para diabéticos, existem outras variedades saborosas e saudáveis como os chocolates de alfarroba. Comum no Mar Mediterrâneo, essa vagem adocicada que remete ao feijão é livre de glúten e funciona como base para doces com baixo índice glicêmico e gordura. Portanto, o ovo de alfarroba é ainda melhor, nutricionalmente falando, que o de soja, já popular entre o público vegano. 

Marcas renomadas também entraram para esse segmento ao lançar linhas específicas sem lactose e/ou açúcar ou diet. Porém exige a atenção do consumidor na leitura dos rótulos, pois, como se sabe, a lista dos ingredientes é ordenada da maior à menor concentração. Isto é, o primeiro item é o mais presente no alimento. Outro cuidado é limitar a ingestão dos ovos diets apenas para quem possui a doença, devido ao uso de adoçante específico. 

De modo geral, a preferência pelos ovos com chocolate 100%, sem adição de leite e pouco açúcar, tende a ser suficiente para garantir uma Páscoa segura e feliz. No entanto, é importante procurar auxílio com profissionais formados em uma faculdade de nutrição para personalizar as escolhas e verificar quais são as substituições mais indicadas para cada caso.

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