Um dos maiores nomes da arquitetura brasileira ganha documentário e sucessão renovada em escritório

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“Arquitetura é verdade. O simples é mais complexo do que se imagina. Fazer o simples é difícil, é afastar o que não interessa. Toda a arquitetura que não traz verdade não pode ser clássica”. Essa é apenas uma das muitas frases de Paulo Casé que refletem sua originalidade e importância para a arquitetura brasileira. Carioca apaixonado pelo Rio e pela construção das cidades, o arquiteto e sua obra são tema do documentário “Paulo Casé – O Arquiteto de Encontro”, que foi lançado no dia 26 de setembro em sessão para convidados e será exibido a partir do dia 29 no Estação Net Gávea.  

Dirigido por Paula Fiuza e produzido por Augusto Casé, produtor da Casé Filmes e filho do arquiteto, o filme conta sobre a personalidade marcante deste, que fundou uma nova forma de fazer arquitetura e criou algumas das mais reverenciadas construções da cidade do Rio e do Brasil. Ganharam a assinatura dele edifícios como o Estrela de Ipanema, Fininvest e Confederação Nacional do Comércio, hotéis como o antigo Le Meridién, Marriott e Porto do Sol, em Guarapari, residências como a Casa Redonda e  Arnaldo Wright, projetos urbanísticos como o Favela-Bairro da Mangueira, o Rio Cidade Bangu e o Parque Maria Lenk.

“Esse projeto foi a realização de dois grandes desejos, homenagear e eternizar a obra deste grande arquiteto e fortalecer os mais profundos laços afetivos de admiração e amor entre nós, através dos tempos”, afirma Augusto. No documentário, é possível conhecer a filosofia e as histórias por trás dessa obra e as relações familiares e de amizade de Casé, cujas rodas de conversa reuniam grandes formadores de opinião, como Zuenir Ventura, Jaguar, Ziraldo, Arthur Moreira Lima, Chico Caruso e Luís Fernando Veríssimo, entre muitos outros. O filme, produzido em 2018, ano em que o arquiteto faleceu, será levado também a universidades para alunos de Arquitetura. Nele, a vida de Casé é contada em primeira pessoa, com o apoio do testemunho de amigos e discípulos, entre imagens históricas e atuais. Mas a história não termina aí.
Após a morte de Paulo, Hamilton Casé, filho que sempre trabalhou com ele no escritório de arquitetura, seguiu com projetos e ganhou, dois anos mais tarde, a companhia de sua filha, Marcela Casé. A chegada de Marcela, cheia de novas ideias, somada a um novo momento global, de mudanças cotidianas e na forma de viver as casas, possibilitou uma transformação no trabalho do escritório, que se voltou para os projetos residenciais na Região Serrana e encontrou ali sua nova seara. “Quando meu pai e meu avô estavam à frente do Paulo Casé Planejamento Arquitetônico, eles atuavam nas mais diversas áreas. Meu avô foi um grande nome da arquitetura brasileira, não só pelos seus projetos, como também pelas suas ideias. Ele foi escritor de colunas de jornal e livros e professor de universidade”, conta ela, que comenta ainda sobre a importância de fazer parte desse legado: “É uma grande responsabilidade, assim como um orgulho inenarrável. Depois que ele  se foi, meu pai ficou mais focado no meio rural, pois a pandemia abriu um campo muito específico de casas de campo para nós. Foi quando nasceu a Casé Arquitetura”, completa Marcela.

Em fase de rebranding com total respeito aos pilares de Casé, mas com olhar para o novo, para a arquitetura vernacular e uso de processos tecnológicos e  sustentáveis, como o BIM (Building Information Management), a Casé Arquitetura se dedica agora a execução de casas de campo, reformas e desenvolvimento de condomínios na Região Serrana. “Com 2 anos de escritório, realizamos cerca de 30 projetos em uma mudança de direção que aconteceu naturalmente”, diz Marcela, que já está com projetos também na cidade do Rio e pretende expandir para outros locais. Tendo como objetivo a entrega de obras e projetos com a melhor performance ambiental, técnica e estética, o escritório segue o legado de Paulo Casé, que além de um grande arquiteto, era um pensador da cultura arquitetônica e em geral.

Sobre a Casé Filmes: Fundada em 2007 pelo produtor Augusto Casé, a produtora estreou no mercado cinematográfico em 2010 com o longa-metragem “Muita Calma Nessa Hora”, dirigido por Felipe Joffily. Até hoje já produziu mais de 20 projetos audiovisuais, entre filmes, documentários e séries, como “Muita Calma Nessa Hora” 1 e 2, “Cilada.com”, “E aí… Comeu?” e “Os Caras de Pau”, somando cerca de 11 milhões de espectadores. Assinou o longa “Depois de Tudo”, com direção de Johnny Araujo, e a produção do documentário “Sobral, O Homem que não tinha Preço”, dirigido por Paula Fiúza, selecionado para o Festival do Rio, em 2013, e para a Mostra de São Paulo do mesmo ano. Em 2016, lançou a série “E aí, Comeu”, exibida em 13 episódios no Canal Multishow, que ficou entre as cinco mais vistas na TV paga do Rio e entre as oito do Brasil. Em 2017, realizou o documentário “Asdrubal Trouxe o Trombone”, exibido em outubro pelo Canal GNT em 13 episódios, além de ter lançando nos cinemas a comédia “Chocante”. Em 2018, em parceria com a Dueto Produções, lançou “Paraíso Perdido”, dirigido por Monique Gardenberg. Em 2021, lançou “Hermanoteu na Terra de Godah”  e está em fase de finalização do filme “Nas Ondas da Fé”, estrelado por Marcelo Adnet.

Ficha técnica “Paulo Casé – O Arquiteto do Encontro”

Ano de produção: 2018

73 min / Cor

Produção: Casé Filmes

Direção e Roteiro: Paula Fiuza

Produzido por: Augusto Casé

Fotografia: Jacques Cheuiche

Montagem: Renata Catharino

Música : Marcos Kuska Cunha

Sinopse : Carioca reconhecido e premiado internacionalmente, Paulo Casé (1931-2018) buscava alcançar a alma das pessoas. Foi o arquiteto do espetáculo urbano, do encontro espontâneo, de um urbanismo que provoca a convivência e o respeito, eleva o grau de cidadania e melhora a autoestima do ser humano. No filme, sua vida é contada em primeira pessoa, com o apoio do testemunho de amigos e discípulos, entre imagens históricas e atuais. Em pauta, vida, obra, arquitetura, família, artes, literatura, música, viagens e o Rio. 

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