Suicídio

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Vamos falar abertamente sobre suicídio? Mas sem aqueles velhos clichês ou “achismos” chatos, apenas a verdade! Afinal de contas estamos no mês de setembro (amarelo) e quero trazer para você este tema que é um verdadeiro tabu para muitas pessoas neste despretensioso artigo de psicologia que também é o nosso encontro mensal com a verdade da nossa mente.

Talvez você não saiba, mas segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), tivemos entre 2010 e 2019, a ocorrência no Brasil de 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número do obituário anual com 9.454 mortes em 2010, para 13.523 em 2019, elevando os sinais de alerta vermelho para a nossa sociedade brasileira. Dito isto, considero o suicídio como um problema de saúde pública em nosso país e a sua prevalência vem crescendo entre os jovens brasilianos, superando até mesmo aquelas doenças clássicas como Aids e o câncer nas causas de mortes provocadas. 

É por isto mesmo que devemos apoiar com mais força as ações sociais de conscientização, tal como o dia mundial da prevenção ao suicídio (WSPD), pois existe uma espécie de encontro marcado no dia 10 de setembro de cada ano, onde nos encontramos para falar especialmente sobre este tema doloroso, organizado pela Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio (IASP) e endossado também pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que há muito tempo já vem prevendo o crescimento dessas taxas de mortes prematuras, em particular, desde a pandemia mundial de covide-19, onde muitas pessoas sérias passaram a pensar em novas soluções e saídas para o combate ao autoextermínio e seria muito importante a sua participação, assim como o seu apoio nesta causa como um cidadão bem atualizado e consciente.

Quando falamos sobre o fenômeno do suicídio, não podemos nos esquecer de falar sobre a depressão emocional que lhe antecede, sendo um dos seus sinais mais visíveis. Na maioria dos casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), já concluiu que a quantidade estatística da depressão cresceu mais 18% em dez anos e a até o ano de 2020, foi a doença mais incapacitante do planeta Terra.

Analisando os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP) poderemos entender que os estados onde mais se cometeu suicídio no Brasil, foram na sua maioria do Centro-Sul, em contraste com taxas menores do Nordeste e do Norte. Bastam os dados de 2017, onde 10.530 pessoas cometeram suicídio, revelando um número superior ao ano de 2016, quando 9.623 pessoas fizeram o mesmo (ABSP, 2018). Geograficamente, os suicídios se distribuíram de maneira bastante heterogênea naquele momento. E como estamos hoje? Os números parecem continuar crescentes e podemos prever o pior nas próximas estatísticas referente ao período atual com uma perspectiva nada animadora.

As maiores causas do suicídio são os transtornos de humor, transtornos no uso de substâncias químicas ou dependências de drogas lícitas ou ilícitas, transtornos de personalidade, histórico familiar ruim, aumentando as probabilidades de doenças crônicas incapacitantes ou terminais, questões passionais de separação ou traição conjugal, perda de emprego ou fonte de renda principal, vergonha social, bullying nas escolas ou no trabalho, falecimento de alguém que é uma referência na vida e solidão patológica são apenas algumas das causas mais comuns para ideação suicida e a sua possível efetivação na prática. 

– Deixo aqui uma pergunta clássica que não quer calar: “O que fazer nestes casos?”

A psicoterapia com psicólogos experientes sempre promoveu aspectos muito importantes para a psiquê humana em total desalinho e que redirecionam esses pacientes com potencial patológico para uma prevenção e plena recuperação das suas demandas emocionais. A vontade perdida de viver sem este acompanhamento é muito pior, pois os rótulos e preconceitos silenciam o indivíduo adoecido que se vê isolado socialmente. É preciso focar o quanto antes na sua restauração plena para recriar a esperança na vida, alicerçando com novos objetivos. 

Quando alguém apresenta sinais claros de ideação suicida, um cronômetro invisível já foi disparado na direção contrária da vida e uma pulsão de morte está instalada em algum nível. Não há mais tempo para duvidar desses sinais, pois o desfecho poderá ser irreversível com o sentimento de culpa aumentando sobre os familiares, sem que nada prático seja feito.

É simplesmente um trabalho multidisciplinar de paciência que poderá envolver profissionais como psicólogos, psiquiatras, neurologistas, assistentes sociais, religiosos e, principalmente, a família reorientada para um esforço em conjunto, urgente e sem precedentes em prol daquele que está chamando atenção para poder continuar vivendo e talvez com as suas forças se aproximando do limiar da exaustão.


Dr. Marcos Calmon

www.drmarcoscalmon.com.br                                                                               psicologo@drmarcoscalmon.com.br

Psicólogo Clínico

CRP 32.619 / 05

WhatsApp: (21) 98675-4720

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