Existem um ciclo e um padrão de normalidade para cada pessoa no que se refere à queda de cabelo. Cada fio cresce no couro cabeludo, respeitando tempos de crescimento, repouso e queda seguida de substituição por um novo. Porém, caso a queda ultrapasse o padrão com o qual o indivíduo está acostumado, é preciso buscar um dermatologista para descobrir a causa do problema
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cada fio de cabelo cresce por cerca de seis anos, e, ao parar de crescer, entra em fase de repouso, que leva algumas semanas. Depois desse processo, o fio cai em três meses, momento em que um novo fio deve substituí-lo.
A investigação sobre as causas para a queda acentuada é importante porque este tipo de perda de cabelo pode ser sinal de outros problemas de saúde. Alterações da tireoide, anemia, estresse e falta de vitamina D são causas comuns de queda de cabelo fora do normal.
O sintoma torna necessário investigar a causa do problema, que pode ter origem em uma doença do cabelo, do couro cabeludo ou ser uma questão de saúde que exerça influência nos fios. Substâncias como o Minoxidil, por exemplo, são conhecidas por ajudar na recuperação da quantidade de fios perdidos. Para identificar o tratamento ideal, no entanto, é sempre recomendado avaliar cada caso junto ao médico.
Etapas do ciclo capilar
Os fios de cabelo passam por uma renovação conhecida como ciclo capilar, conforme informações da SBD. A queda faz parte, portanto, da renovação dos fios e, por isso, é normal cair cabelos todos os dias. Como o fio de cabelo é uma estrutura independente, cada um deles tem seu próprio ciclo, com tempos de duração diferentes. Assim, sempre haverá cabelo caindo e novos fios nascendo.
Ao longo desse ciclo, o fio passa por três fases. A primeira delas é a fase anágena, referente ao momento de atividade e crescimento plenos do fio. É nessa etapa que o fio cresce cerca de 1 centímetro ao mês, uma média de 0,35 milímetros por dia. A duração média dessa fase de crescimento é de dois a oito anos.
A segunda é a fase catágena, que consiste no período de três a quatro semanas em que o fio passa por uma atividade de involução, reduzindo seu crescimento e entrando numa preparação para cair.
O terceiro estágio é o telógeno, que ocorre quando o fio entra em repouso, para de crescer e cessa suas atividades. Ao longo de três a cinco meses, esse fio fica solto e prestes a cair, a partir de mínima tração. Quando ele cai, outro fio nasce em seu lugar, dando início a um novo ciclo capilar.
Quando a queda não está normal
Em média, é normal que se desprendam diariamente do couro cabeludo cerca de 100 a 150 fios. Essa queda pode ser percebida após lavar ou pentear os cabelos. Isso ocorre, geralmente, porque esses fios já estavam prontos para se soltar.
Quando algo desregula esse ciclo, no entanto, como um momento de forte estresse ou devido a algum outro problema de saúde, por exemplo, muitos fios que deveriam estar crescendo passam direto para a fase telógena e caem.
Razões que provocam quedas excessivas de cabelo
Como esclarece a dermatologista Camila Hoffmann, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diversas são as razões que provocam a queda acentuada e anormal de cabelo. Elas foram elencadas em vídeo postado no canal do Youtube do hospital.
Existem perdas que são genéticas, enquanto algumas ocorrem por influência ambiental e outras estão relacionadas aos hábitos do dia a dia – quando as práticas que ajudam a piorar a queda de cabelo são repetidas.
Estresse
O estresse é um dos fatores que pode atrapalhar o crescimento do cabelo, pois causa um processo inflamatório em todo o corpo. Além disso, o fio é afetado porque, nessas circunstâncias, existe uma multiplicação celular intensa diária.
Os fios podem ter a velocidade de seu crescimento reduzida e a de queda aumentada. Assim, o cabelo que cairia ao longo dos próximos anos acaba caindo antes. Esse processo é chamado de eflúvio telógeno. Algumas pessoas podem reparar ainda que, ao longo dos anos, o cabelo está crescendo um pouco mais devagar.
Pós-parto
A queda de cabelo também é comum em mulheres no pós-parto, porque há uma redução abrupta hormonal quando o neném nasce e a placenta é retirada. Além disso, são registrados picos hormonais que não ocorrem antes da gestação.
Produtos químicos
A especialista alerta também para o risco ao abusar de produtos químicos destinados a alisar ou encaracolar os cabelos. Essas práticas não causam quedas desde a raiz, mas podem causar quebras no fio, derrubando-os.
Alimentação inadequada
O tipo de alimentação é outro fator que influencia no crescimento e na queda dos cabelos. É preciso sempre estar atento à quantidade necessária de vitaminas ingeridas e fazer suplementação somente para um nutriente que realmente esteja em déficit, a partir de consulta médica.