Preferência do consumidor provoca investimentos em chatbots na saúde

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Soluções digitais baseadas em Inteligência Artificial promovem ganho em operações, maior lucro e aumento da satisfação pelo serviço

O mercado de soluções e serviços que utilizam inteligência artificial (IA) para o setor da saúde deverá movimentar mais de US$ 180 bilhões no mundo até 2030, segundo estimativa da empresa de consultoria Precedence Research. Entre clínicas, laboratórios e hospitais, essa tendência tem proporcionado ganhos operacionais e maior lucratividade, sendo o chatbot uma das principais ferramentas em ascensão por garantir não apenas melhorias na gestão dos estabelecimentos, mas também por melhorar a experiência de pacientes em processos como agendamentos de consultas e confirmação de procedimentos.

Recentemente, o Hospital de Olhos do Tocantins, inaugurado em 2018 e considerado o maior da região Norte do país nessa especialização, divulgou que, após a implantação do chatbot da empresa Botdesigner, healthtech especializada no desenvolvimento de soluções de Chatbots Omnichannel para o setor, em seis meses foi possível atingir a meta de 41% de todos os atendimentos convertidos em consultas via WhatsApp, sem intervenção humana. Essa estratégia ampliou a taxa de retenção de clientes em atendimentos que, antes, eram abandonados pelo público durante os contatos, quando respondidos por humanos.

“Nós não tínhamos o histórico de conversas, não tínhamos confirmações manuais. Era necessário ligar para cada paciente da agenda e confirmar com ele. Também não tinha como salvar os dados do paciente e nem verificar se ele já havia entrado em contato ou não. Além disso, não tínhamos templates de mensagem, utilizávamos o bloco de notas para anotar e colar no app, pois na ferramenta antiga não havia nenhum suporte personalizado”, afirma a atendente de call center do Hospital dos Olhos de Tocantins, Raylane Galvão.

Uma pesquisa realizada pela Sercom, empresa especializada em projetos de tecnologia em comunicação, mostrou que seis em cada dez brasileiros têm preferência pelo atendimento digital, via plataformas como Telegram e WhatsApp, quando procuram por algum serviço ou produto. De acordo com o levantamento, entre os principais motivos apontados pelos consumidores como justificativa estão a rapidez nas respostas e o fato de já estarem familiarizados com a utilização desses canais.

No caso do Hospital dos Olhos de Tocantins, o diagnóstico feito pela healthtech mostrou que apenas seis pessoas da área de atendimento revezavam entre turnos para atender a demanda de mensagens. Porém, não era possível passar informações de um turno para outro com eficiência. A central de atendimento também recebia um alto volume de mensagens diariamente, sem um fluxo automatizado, o que resultava em uma grande fila de espera e uma taxa alta de tempo para a primeira resposta. De acordo com a Botdesigner, a taxa de primeira resposta, que antes era de aproximadamente uma hora, passou para apenas alguns segundos.

Diminuição de prejuízos

Frederico de Souza, cofundador e CEO da Botdesigner, avalia que o chatbot também atua como uma forma de prevenção às faltas de última entre os pacientes, que poderiam gerar perdas financeiras. Segundo ele, não raramente, se confundem quando falta um atendimento mais claro e assertivo, um problema que pode ser evitado com uma solução de confirmação integrada ao sistema ERP (planejamento de recursos empresariais) das instituições de saúde. Ele cita que diversos fatores, como idade mais avançada, dificuldades de organização ou imprevistos, tornam comum que pacientes esqueçam seus compromissos médicos e não compareçam, o que gera desperdício de tempo e dinheiro.

“É possível que um estabelecimento acione toda uma estratégia para a substituição do atendimento, em caso de aviso de não comparecimento, evitando o prejuízo de ter profissionais e equipamentos parados por conta de imprevistos. O sistema viabiliza contatos anteriores ao momento da consulta e/ou exame para lembrar ao usuário sobre o agendamento. Essa interação com o robô já é adaptada às necessidades do hospital e serve como um complemento ao trabalho dos atendentes reais que, paralelamente, podem dar sequência a outros agendamentos de maneira mais fluida”, explica.

Um levantamento feito pela Botdesigner mostra a taxa de não comparecimento em procedimentos agendados em torno de 20% ao mês, o que representa uma receita 20% menor aos cerca de 4.666 hospitais privados brasileiros. Por meio do sistema de confirmação automatizada, seja por Whatsapp ou ligação telefônica, os chatbots permitem que a taxa mensal de no-show seja reduzida pela metade

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