Uma boa saúde é, em grande parte, resultado de uma boa alimentação. Portanto, quem está buscando um corpo mais saudável deve começar a se preocupar com a qualidade de sua rotina alimentar. A relação entre os alimentos e o bem-estar geral das pessoas é tão intensa e importante que quem procura seriamente uma condição mais saudável para si tem de mudar os costumes e o cardápio das refeições.
Mas, por onde começar? “Muito se fala em alimentação saudável, genericamente, mas caminhamos para uma medicina chamada de ‘precisão’. Entendemos como medicina de precisão, a compreensão que medicação, dose e alimentos devam ser customizados e não padronizados”, responde a especialista em clínica médica, gastroenterologia, hepatologia, transplante de fígado e terapia intensiva, Rosana Simões.
Nas últimas décadas, uma das importantes mudanças observadas nos hábitos alimentares da população de diversos países é o aumento no consumo de alimentos fora do domicílio. Esta tendência tem sido observada também no Brasil, principalmente nas grandes metrópoles. O crescimento das refeições realizadas fora do lar, nem sempre balanceadas do ponto de vista nutricional, na pauta alimentar, vem repercutindo de forma direta na situação nutricional da população. “Existem indícios que nos dizem se o que estamos ofertando à ‘máquina’ vai fazer bem, fazer mal ou simplesmente não vai nutri-la – este último, considerada caloria inútil. É fácil entender, à luz dos conhecimentos atuais, que doces são considerados antialimentos: não nutrem e fazem mal. Outros são um pouco mais difíceis e controversos, como frutas, leites e seus derivados, bem como o preparo de legumes, que exige um cuidado especial para termos uma extração energética e química dos mesmos. A forma de preparo desses alimentos pode interferir na biodisponibilidade dos seus nutrientes, e, consequentemente, no aproveitamento das vitaminas e minerais pelo corpo”, revela.
Ajuda profissional
Por exemplo, o que seria normalmente saudável para você, em um determinado período da vida ou dependendo das condições pelas quais você está passando, ou o que seria bom e permitido, deverá ser retirado da dieta por um período e/ou até mesmo indefinidamente, dependendo do que a substância ou conjunto de alimentos causou ao sistema. “Parece complicado, não? Mas, sabemos que é assim: quanto mais soubermos sobre a nossa alimentação e quão mais precisos formos, melhores seremos – mais saudáveis, mais eficientes e mais eficazes em toda a sorte de situações”, frisa Rosana.
Alimentos fritos podem significar a ingestão de toxinas se ultrapassarem determinadas temperaturas. Em geral, não ultrapasse 140°C. “Então, se em casa já é difícil nos alimentarmos bem, imagine quando não se tem o controle do modo de preparo. Por esse motivo, tem-se multiplicado o número de restaurantes que prezam realmente por oferecer uma comida de alto valor energético, plena de minerais e vitaminas”, esclarece.
Com o agito do dia a dia, ao dosar vitaminas, enzimas e minerais de muitos pacientes, a médica encontra uma surpresa. “A maioria se encontra desnutrido, obeso e faminto. Aliás, a maioria dos obesos é desnutrida (prefixo des = mal). Isso é uma realidade, infelizmente”, acrescenta.
Todo cuidado é pouco e quando o assunto é alimentação fora de casa, a atenção deve ser redobrada. “Prefira legumes cozidos ao vapor, em que se perceba estar ‘ao dente’, pois provavelmente não alcançou temperaturas de desnaturação vitamínica e enzimática. Opte sempre que possível por alimentos cozidos ou assados ao invés de frituras, pois não sabemos o real estado de conservação dos óleos”, finaliza.
Fonte:
Rosana Simões é especialista em clínica médica, gastroenterologia, hepatologia, transplante de fígado e terapia intensiva. Atualmente, atua com suas especialidades dentro da Medicina Preventiva, Integrativa e Regenerativa. No âmbito acadêmico, possui destaque passando sempre em primeiro lugar em residências médicas renomadas, todas credenciadas pelo MEC.