Segundo pesquisa Indicador de Nascimento de Empresas, da Serasa Experian, o Brasil ganhou uma MEI nova a cada 2 segundos, no primeiro semestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2020.
Esses meses apresentaram registros de 1.654.167 novos microempreendedores individuais, um crescimento de 31,2%, nível mais significativo desde 2012.
Porém, como a mesma velocidade que se abre uma empresa, ela também pode fechar. Dados da pesquisa Sobrevivência de Empresas, de 2020, do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas, divulgado pela Agência Brasil, informa que a taxa de mortalidade desse segmento é de 29%, sendo 21,6% de microempresas, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.
Para o consultor financeiro, Renan Kaminski, sócio-fundador da 4blue, empresa de consultoria financeira e gestão empresarial especializada nos pequenos, médios e microempresas, a ‘causa mortis’ da maioria delas é a má administração.
“Somos procurados por uma empresa, geralmente quando ela já está para fechar, sem dar lucro e isso acontece porque este empresário aposta suas economias num segmento que ele não tem ideia de como funciona”.
Para Kaminski, o empreendedor de primeira viagem precisa conhecer muito bem o ramo em que vai atuar, além de saber como funcionam o administrativo e a gestão financeira.
“O meu sonho é que o empreendedor procurasse uma gestão financeira especializada antes de abrir o seu negócio. Que ele ao empreender já soubesse, por exemplo, precificar corretamente e entender como funciona o seu caixa”.
Pensando nas dores daqueles que estão para abrir uma micro ou pequena empresa, o especialista dá dicas de como se prevenir:
- Ter um sistema de controle, onde se tenha agilidade e facilidade de análise;
- Contabilizar todos os centavos que entram e saem;
- Usar o extrato bancário para fazer a contabilização. Evitar fazer a partir de boletos e notas fiscais;
- Fazer abertura e fechamento de caixa diariamente;
- Fazer o controle de contas a pagar e receber;
- É essencial separar os gastos entre custos variáveis, despesas fixas, investimentos e saídas não operacionais. O problema é que muitos softwares populares não trazem esta categorização e, por isso, acabam fazendo com que o empresário não consiga enxergar a informação de maneira mais adequada;
- Separe as entradas entre receitas e entradas não operacionais, como por exemplo empréstimo feito, que não pode ser contabilizado como receita.