Por indicação de Janice Mansur, passo a integrar a equipe de colunistas do site Cultura e Negócios. Expresso a Janice, assim como a Rafael Lucena, criador e coordenador do Portal, meu sincero agradecimento pela oportunidade que me oferecem para a divulgação de meus escritos. Dei à coluna o título de Prosa & Verso. Nesse espaço, publicarei contos, crônicas, poemas.
Minha primeira postagem será alusiva às palavras. Desde o primeiro contato que mantive com elas, na cartilha de Thomaz Galhardo, exercem sobre mim um fascínio indescritível. Marina, minha mãe, após mostrar-me as letras, ensinou-me a juntá-las e assim formar palavras. Com elas, cheguei às frases, aos parágrafos, aos textos. Marina, a quem sou eternamente grato por me haver dado à luz, valendo-se da cartilha de Thomaz deu-me também a luz.
Palavras para as palavras
Ah, as palavras, as palavras…
Servem à ira e a mansidão,
à razão e aos casuísmos,
geram pontes e abismos,
prestam-se ao sussurro e ao libelo,
são bálsamo e são cutelo.
Armas sem travas as palavras
quando ditas de modo mordaz,
mas instrumentos de paz
de quem se apraz de usá-las para tal fim.
São assim as palavras:
lava incandescente e mel,
fel e estrela cadente.
(Queimam e adocicam,
amargam e refulgem).
Ficam à espera do tempo exato
(semente a germinar no ventre da terra),
mas surgem também num só ato
(enchente a despencar por entre a serra).
Tímidas e agressivas,
ponderadas e intempestivas,
inconsequentes e profundas,
crentes e profanas,
prudentes e afoitas,
indomáveis e escravas.
Ah, as palavras, as palavras…
Wanderlino Teixeira Leite Netto nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no dia 28 de julho de 1943. Reside em Niterói (RJ) desde os quatro anos de idade.
Administrador (bacharelado e licenciatura plena), exerceu a profissão na Petrobras. Aposentou-se em 1993.
Já publicou 25 livros, três deles virtuais. Seu fazer literário abrange poesia, crônica, conto, ensaio, biografia e pesquisa histórica.
Cofundador da Associação Niteroiense de Escritores (ANE). Na categoria de membro correspondente, pertence a várias instituições literárias.
Para saber mais a respeito de seus escritos, acesse www.wanderlinoteixeira.com.br
Muito legal esse texto do confrade Wanderlino T.L. Netto. O intelectual escreve muito bem e tem uma trajetória literocultural extensa e admirável. Parabéns, sucesso sempre. ALBERTO ARAÚJO.
Grato, Alberto, pelo seu comentário. Abç.
O dom das “Palavras” que desde pequeno aprendeu… Hoje nos encanta com este belíssimo poema de pura qualidade literária.
Parabéns caro Poeta em tão ricos versos de palavras…
Obrigado, Eliany. Seu comentário me faz feliz. Abç.
O dom das “Palavras” que desde pequeno aprendeu… Hoje nos encanta com este belíssimo poema de pura qualidade literária.
Parabéns caro Escritor Wanderlino em tão ricos versos de palavras assim diversificadas que traduzem o tão rica são nas mãos de um poeta.
Em sua primeira postagem no “site”, o criativo poema de Wanderlino é, a um tempo, um original louvor e uma significativa reverência ao nosso idioma, atento, sempre, às normas da língua pátria e fiel ao completo domínio da arte poética.
Obrigado Hilário, pelo seu consistente comentário. Abç.
Parabéns pela coluna, Wanderlino. Gostei muito do título. E que começo maravilhoso, a Palavra. Lembrança boa com a sua mãe Marina, que lhe deu à luz e as palavras. Palavras estavam no enigma da esfinge: “Decifra-me ou te devoro”; no princípio do mundo: “Fiat Lux”; no desabafo do Crucificado: “Por que me glorificaste?” Entre conotações e denotações, o que faz uma palavra ser poética? A essência do verso é o som da palavra. (Solange Firmino)
Grato pela força, estimada escritora. Recebo seu comentário com imensa alegria. Abç.
Boa surpresa, Wanderlino!
Bonito o seu “Palavras…” Criativo, inteligente jogo poético!🌟 Que bom, você trazer aos aplausos a sua delicada Marina, com quem compartilhei fugazes momentos fraternos… E, também, a primeira cartilha. 👏👏👏👏
Tudo de melhor, boa sorte amigo! Fraterno abraço da Liane.
Grato, Liane, pelo seu comentário tão afetuoso. Desculpe-me por demorar a responder, culpa dos “leões” que tive que abater cá na selva de pedra. Grande abraço.