O que esperar do segundo semestre de 2022?

5 min. leitura

Artigo por Beatriz Machnick

O cenário, nesse segundo semestre de 2022, envolve a contínua desvalorização da moeda, alta da inflação, crise logística e instabilidade internacional – e, a partir de meados de agosto, a campanha presidencial brasileira, sem falar na Copa do Mundo no fim de novembro.

Nesse contexto de turbulências e ansiedades, são inúmeros os desafios para as empresas realizarem seus planos estratégicos – em alguns casos, incluindo sobreviver até o fim do ano sem dívidas e outros passivos.

Mas como contornar tudo isso e tirar proveito dos próximos meses? Minha principal dica, seja qual for o contexto econômico e político, é: não se avança sem revisitar o planejamento financeiro! É preciso que o empresário se questione: como foi o ano até aqui? O que eu planejei deu certo no primeiro semestre? E como posso me adequar para seguir adiante?

Pois bem, considero fundamental utilizar ferramentas amplamente conceituadas para isso. Uma delas é a análise de SWOT, que permite incluir variáveis de cenário ou de ambiente, seja ele interno ou externo. Com o sistema, a empresa consegue visualizar suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da concorrência ou outros fatores, para se posicionar sobre como irá competir no mercado e definir estratégias para atingir suas metas em meio a um mercado com oscilações econômicas. E nada melhor do que corrigir a rota enquanto é tempo.

Depois de feita toda essa análise, é possível sair de um momento em que se tem pouca informação sobre dados que indicam uma projeção futura para um indicador mais exato da margem que se tem para os próximos meses.

Mesmo assim, o serviço prestado pela organização pode enfrentar consequências de decisões produzidas em contextos turbulentos. A fim de evitar choques, esses fatores devem estar explícitos no planejamento financeiro e estratégico da empresa, ao lado das forças internas e externas que contribuirão para que novas oportunidades surjam. Essa operação tende a minimizar as ameaças presentes no cenário do negócio.

Além da análise SWOT feita de maneira bem alinhada, observamos que o gestor financeiro passou a ter uma posição mais ativa dentro das empresas, e ele deve ser ouvido sempre, pois pode trazer soluções de problemas e conflitos e um posicionamento mais estratégico de orientação ao negócio. Ou seja, percebe-se que empresas que conseguem caminhar junto ao departamento financeiro conseguem obter melhores resultados até mesmo no curto prazo.

A empresa pode ainda se preparar ao projetar três diferentes cenários. Um totalmente favorável, um desfavorável e outro equilibrado. Usando o terceiro como ideal, terá todas as situações necessárias e visíveis para continuar fora da crise. Assim, terá técnicas para atuar de maneira sensível e aproveitar as oportunidades que surgirem em seu ramo.

É claro que temos a tendência de “sair fazendo”, e a agilidade e espontaneidade são realmente necessárias no mundo empresarial – e o meio do ano é mesmo um tempo de muita ação. Mas não deixe de se munir de dados confiáveis e de analisar sua rota com frequência – o resultado ao fim do ano agradece!

*Beatriz Machnick é professora, contadora, especialista em Controladoria e Finanças, mestre em Governança e Sustentabilidade. CEO e fundadora da BM Finance Group com sede em Curitiba e presença em 23 estados do Brasil. Pioneira da metodologia de Formação de Preços na Advocacia com a tríade dos livros de gestão na advocacia: Gestão Financeira na Advocacia – Teoria e Prática (2020), Valorização dos Honorários Advocatícios – O Fortalecimento da Advocacia através da Gestão (2016) e Honorários Advocatícios – Diretrizes e Estratégias na Formação de Preços para Consultivo e Contencioso (2014). Professora na Escola Superior da Advocacia e na Ordem dos Advogados do Brasil.

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