A evolução tecnológica segue em curso, e a Web 3.0 será uma das protagonistas deste avanço em 2023, destacando-se como uma das principais tendências do ano, e impactando diretamente a experiência do cliente.
Baseada na descentralização e simultaneidade, em segurança e conectividade, e no uso de inteligência artificial, a Web 3.0 irá transformar a maneira como as pessoas e, por consequência direta, as empresas se relacionam no ambiente digital, ao colocar o indivíduo como elemento central e o único responsável pelo controle dos seus dados. Ao permitir que os usuários decidam como utilizar e negociar seus dados, sem a necessidade de um intermediário, lhes permite realizar, com liberdade, toda sorte de operações online, utilizando plataformas diversas e abrindo espaço para a criação de serviços cada vez mais inovadores.
Nesse cenário de rápida transformação rumo a uma internet descentralizada, a segurança é um ponto central nas discussões. Como assegurar que as pessoas são reais e não bots? Como garantir que a identidade de uma pessoa real não está sendo utilizada, por um criminoso virtual ou um bot, para acessar um determinado serviço ou adquirir um produto de forma fraudulenta? A identidade digital e os mecanismos por trás dela, de um lado, e o papel da tecnologia blockchain, para garantir que as informações das transações realizadas na internet sejam imutáveis, confiáveis, permanentes e invioláveis são os pilares fundamentais da Web 3.0.
Um levantamento realizado pela empresa de segurança digital iProov aponta que, em 2023, a verificação de identidade digital deve avançar em um ritmo ainda mais rápido. Os motores disso seriam a inovação e regulamentação em áreas como finanças, governos, viagens, entre outros, tudo com o objetivo de evitar fraudes cibernéticas a partir do roubo de identidades.
Sob a perspectiva das transações online, a tecnologia da blockchain, elemento-chave para assegurar a autenticidade e a certificação de tudo o que é realizado para perpetuar, de forma inalterável, o registro do que se processa com as informações no ambiente digital, confere a característica de autenticidade e de registro, entre as partes interessadas, em ambientes decentralizados, que podem ser públicos ou privados. Desse modo, os dados podem ser sempre inspecionado pelas partes interessadas, em tempo real e sempre que necessário. Qualquer alteração de dados em uma rede blockchain só é possível por meio de novas averbações na linha do tempo, invalidando ou alterando os dados anteriores. Ou seja, apagar e deletar é impossível e, com isso, os dados tornam-se auditáveis para sempre.
Ao aumentar o nível de verificação e documentação das informações e operações, a blockchain pode ser usada para acompanhar o ciclo de vida completo de um produto, e verificar se não se trata de um artigo falsificado ou mesmo produzido a partir de práticas desleais, a partir do rastreamento das informações ao longo de sua cadeia produtiva. Confere transparência e credibilidade às transações em todas as suas etapas, e o resultado é a conquista da confiança do consumidor. Além disso, a tecnologia tem potencial para remover o atrito nas interações com o cliente por conta da necessidade de provas de identidade, como extratos bancários ou nas faturas de serviços que ele recebe.
À medida que mais empresas criam novos produtos e serviços descentralizados, abre-se inclusive a oportunidade de se criar experiências atreladas às vendas – como ocorreu com uma iniciativa pioneira da orla carioca, em que quiosques passam a comercializar tokens pela internet para que o consumidor vivencie experiências extras e únicas no quiosque escolhido.
Dessa maneira, estamos viabilizando que novas forças de vendas e experiências sejam criadas e desenvolvidas na internet, sempre com princípios democráticos, da verdade absoluta, com neutralidade e autenticidade. Por isso, a tecnologia blockchain torna-se a grande aliada da web 3.0, impulsionando a adesão a ela tanto das empresas quanto dos consumidores, com benefícios para ambas as partes.
Bem-vindos à Web 3.0!
(*) Ronaldo Sodré Santoro é fundador e Head de Produtos Digitais e Tecnologia da rede Bomvalor