Hoje a reflexão teve ajuda, para ser contextualizada, de um texto bem inspirador! Pensar em sistema, aquele que existe dentro de nós e o que existe na nossa sociedade – sendo certo que ambos influenciam nosso SER e ESTAR no mundo – leva a refletir sobre ruptura, construção, interligação, conexão, e talvez seja sobre esses pontos que o texto abaixo nos propõe a dar atenção, pelo menos foi assim que chegou por aqui.
“Permita ser mal visto, mal falado, mal avaliado!
Permita que se enganem a seu respeito, que deem risadas pelas costas!
Permita que julguem, que cochichem, que acreditem saber quem você é!
Permita que ‘olhem torto’ que se afastem, que o excluam, que o rejeitem!
Enfrente seu maior pesadelo e veja que sim, ele acaba em morte!
Morte deste que era escravo ‘dos outros’.
E então viva, viva livre, sem medo.
Porque o ‘outro’ não tem mais poder sobre você.”
Nina Zobarzo, A Força, p. 20
Bom! Eu estou aqui na minha casa buscando aceitar um processo que denomino de rompimento.
Tenho andado cansada, desanimada.
Cansaço, baseando-se no sentido literal da palavra, pode ser entendido por: “um estado de fadiga” ou “um estado de aborrecimento; tédio”. E desânimo, no sentido literal, entende-se por: “um estado de quem se mostra desestimulado e sem motivação”.
Então, lendo estas descrições acima, procurei compreender sobre o que elas fazem referência, cheguei à conclusão de que descrevem somente os sintomas, talvez! Porém, preferi me colocar mais intensa e profunda na minha constatação de cansaço e desânimo, ou seja, qual é a causa disso?
Reflito que o cansaço possivelmente venha de um lugar que me coloquei em assumir muitos “afazeres” e com eles as necessidades de entrega, de execução, de dar conta de tudo da melhor maneira também chegaram, no primeiro momento, na minha mente e agora no meu corpo! O desequilíbrio tem demonstrado sinais de estresse que brotam por todo o meu físico.
Já o desânimo, quem sabe, venha de um lugar que estou fazendo coisas que não têm sentido com o que eu escolhi construir atualmente. Fui aceitando os pedidos que chegavam e perdi de foco principal da minha caminhada. Posso dizer que eu perdi a roda do leme ou timão do meu barco!
Então, tomada esta consciência, sinto que preciso de PAUSA para esvaziar e, após isso, deixar a criatividade, a imaginação, a intuição aflorarem!
Pausa para que?
Para recarregar a minha energia vital (corpo e mente /pensamentos e emoções) que tem o objetivo de:
- me fortalecer para ROMPER com o que deve ser deixado no passado ou o que ronda minha mente e me enfraquece, me adoece;
- perguntar mais uma vez para mim, no aqui e no agora, o que eu preciso (meu pulso) e o que eu almejo (minhas metas);
- reconhecer e acolher o meu SER para identificar e SENTIR a minha individualidade (minhas potências e meus desafios / minha luz e minha sombra) – O que esses pontos querem falar comigo? “Eu preciso escutá-los!”;
- depois ir ao encontro do outro com toda a minha inteireza;
- oferecer ao outro um estado de presença de qualidade, porque eu me permiti essa presença;
Realmente, a conexão é um fluxo constante e infinito: que começa em mim e vai até o outro, e ele me devolve; que começa no outro e vem até a mim, e eu devolvo.
Como manter esta fluidez?
Como eu faço para que o fluxo da troca – aquele que alimenta, que é saudável e harmônico e por isso construtivo/evolutivo – não seja interrompido?
Quando o fluxo é interrompido acontece a morte ou algo é danificado! Se eu estou falando de relação, seja intrapessoal ou interpessoal: eu preciso me perguntar – Eu quero que essa relação morra ou seja danificada?
Pausar, observar e refletir sobre o momento é necessário e fundamental para se posicionar diante da vida e assim prosseguir!
Fabiana Lima Santos – Educadora Social. Gestora de Conflitos com foco em Cultura de Paz na Educação pelo IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Fundadora e Coordenadora do Instituto De Coração Para Coração. Facilitadora de Diálogos Restaurativos pela AJURIS – Escola de Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul e com Aprofundamento em Facilitação em Diálogos Restaurativos pela AJURIS – Escola de Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul. Mediadora de Conflitos Extrajudicial certificada pela Câmara Mediati e com Aprofundamento em Mediação & Arbitragem pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e também em Mediação Narrativa Circular ministrada por Héctor Valle na Coonozco/Diálogos Transformativos e com certificação Internacional pela Sociedad Científica de Justicia Restaurativa (Espanha) e Coletivo Diálogos (México), como também pela EMAB – Escola de Magistrados da Bahia.
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