A menina/mulher desabrocha para o mundo, onde o gênero feminino possui alta representatividade. E o que podemos orientar para que ela se transforma em uma mulher real, equilibrada, empoderada e sensível, ao mesmo tempo? O que dizer a esta menina em seu desbravar da contemporaneidade? Coragem para encarar os desafios, as dores e as delícias de ser uma mulher, em um mundo que cobra dela ser muito mais do que apenas um ser humano. E é com você mulher que quero falar. Com você que foi preparada, ainda na infância, para ser mãe, para tocar uma casa, para se movimentar pelo mundo, para ser a melhor em sua profissão, para ser esposa, para abafar suas emoções, além de mastigar as frustrações e não se sufocar com decepções e dores. Enfim, você mulher que foi preparada para ser perfeita e não para ser corajosa.
As meninas atuais precisam saber que a perfeição não existe e que ao longo da vida terão que enfrentar medos e que os fortes não são aqueles que não sofrem ou os que não têm medo, mas aqueles que os deixam de lado e os superam. Aqueles que fazem isso de novo e de novo, enquanto assistem, com o canto dos olhos, como esses medos se tornam pequenos com o tempo. Ensine a elas que, mulheres perfeitas não existem, mas as mulheres corajosas sim. É claro que, a perfeição não é real, mas fato é que, os medos se multiplicam quando avançamos e nos deparamos com os desafios. E está tudo bem. Isso é normal e faz parte da natureza humana.
Mostre que relações tóxicas e destrutivas existem e que o principal é resgatar o amor próprio e a autoestima, ressignificar as experiências ruins, compreender o que faz você se sentir dessa forma e considerar o fato de que se afastar de pessoas assim pode ser a única saída para uma vida tranquila. Ensine que o amor verdadeiro não tem razões para agredir moralmente, verbalmente, psicologicamente ou fisicamente, porque ele vem apenas para fazer o bem. Diga que o ideal é se amar acima de tudo e não permitir que diminuam o seu valor. Ao menor sinal de abuso ou toxicidade, é necessário reagir, sem o receio de dizer não quando receber um convite suspeito ou quando a situação lhe parecer desconfortável. Mas acima de tudo, ajude essa menina a se conscientizar que a heroína não existe. É normal fracassar e perder, não conseguir sempre. É perfeitamente possível, permitir-se não dar conta de tudo a todo tempo, apenas para cumprir regras ou agradar uma sociedade esmagadora.
Portanto, acolha essa menina que vai se transformar na mulher do futuro. É preciso propagar a sua força através da fórmula para uma vida adulta saudável e equilibrada, onde é preciso saber combinar poder e coragem, para se tornar digna. Enfim, todo esse aprendizado precisa ser transmitido para nossas meninas desde cedo para que tenhamos mulheres, cada vez mais, empoderadas e conscientes de sua força e de seu papel. Visto que, todos os papéis atribuídos ao sexo feminino – mãe, esposa, cuidadora do lar, profissional, filha, amiga, entre outros – precisam ser exercidos com equilíbrio. O pulo do gato é evitar a sobrecarga e trabalhar o autoconhecimento, promovendo situações que favoreçam uma mente mais leve. Como consequência, a auto cobrança dará lugar a gratidão por suas conquistas reais, sem a neurose do controle do mundo, valorizando mais a si mesma através do cultivo do amor próprio.
Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras – Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.