O belo conceito da beleza — ou, o que pode ser

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Em meados da segunda metade de um século X, tão distante, a.C, já culminava na Grécia todo e qualquer questionamento filosófico a respeito da essência e a realidade do belo. Um embate curioso — porém, decisivo — entre essa mesma realidade e a arte. Considerando a época, toda a beleza era representada majestosamente por pinturas, esculturas e a arquitetura; sendo o suficiente para Platão negá-las em consideração ao caráter ilusório que exalavam, de acordo com o pensador. Que seria essa coisa do belo?

Aos meus 18 anos, havia trazido a questão do que seria esse belo. Escrevi um bocado de coisas sobre, mas sabia que não tinha chegado aonde queria. Hoje, com 20, revirando palavras perdidas em cadernos antigos, me deparei que o momento de atualizar toda aquela visão tinha chegado.

Em um texto, normalmente, me preocupo com a repetição insana de mesmas palavras, à procura de sinônimos perfeitos. Mas não aqui. Aqui não há limite para o belo, centro das atenções. Seu conceito vai muito além de uma palavra de origem em latim com designação de adjetivo, de elogio. Belo não é aquilo que te agrada e que te enche, por apenas, os olhos. Não são as curvas de um corpo ou ‘maçãs do rosto’ graciosamente simétricas. Estamos falando de algo que ultrapassa o limite da visão. Do físico.

E se pensássemos que o belo está inserido para lá, além do concreto? Um tipo abstrato que flutua por nossas vivências? Um sabor quente, um cheiro doce, uma melodia aveludada. O encontro das sensações e a enxurrada bagunçada dos sentidos. Belo também é sinestesia.

Mas, e aquilo que te toca a alma? Aquelas cócegas internas, um suspiro espontâneo. Um pensamento racional que questiona sobre o valor, sua razão de ser e estar. Belo dorme em um berço da exposição do sensível. Belo não é a estética, mas a estética é a ciência do belo.

Contudo, entre tantas explicações na tentativa de decifrar sua incógnita, sejam teóricas, filosóficas, sociológicas; é inegável que tal beleza se encontra inserida inerentemente ao modo de como o homem se relaciona com o mundo. Seu conceito é um ideal perseguido através de ações humanas daquilo que é absorvido do cotidiano. Essas palavras talvez surpreenderiam a garota de 18 anos, que ousou se perguntar que diabos era esse belo. E não, ainda não cheguei aonde pretendia. É um conceito mutável, certo? Talvez a resposta esteja na procura.

Pra você, o que é belo?

Ana Luiza Portella – estudante de jornalismo

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