Na linha de frente de combate ao COVID-19, enfermeira fala sobre a profissão

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Katherine Maurente diz que a pandemia também a fez entender ainda mais a importância da saúde mental

Coordenadora de enfermagem no Hospital Municipal de Cachoeiras de Macacu, Katherine Maurente está, assim como a maioria dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao COVID-19, fisicamente cansada devido à pandemia. Mas apesar do cenário tão desafiador, ela nunca teve tanto amor à sua profissão.

“A pandemia me fez ter mais certeza que eu fiz a escolha certa quanto a minha profissão e me motivou mais ainda quanto a saúde mental, porque tudo se entrelaçou. Me torno mais feliz em poder contribuir neste momento de alguma forma, ainda mais sendo com a ciência, na saúde, e com a saúde mental envolve palavras, empatia, prioriza muito mais a solidariedade, pois este momento é um momento em precisamos olhar nosso próximo, com olhar de entrega não de julgamentos”, disse a profissional, que também é influencer digital.

Maurente diz que vive um misto de dias melhores com a chegada da vacina com dor por ver muitas pessoas ainda morrendo da doença, mas a esperança ainda prevalece.

“O sentimento que mais impera neste momento é o de esperança, pois depois de um ano com muitas mortes sem saber direito como lidar com essa doença, a vacina é uma nova esperança para volta da normalidade das rotinas, tirando assim o pânico das pessoas que se encontravam com a pandemia, gera uma sensação de confiança tanto na ciência quanto nas autoridades que assim investem na vacinação em massa. Para as pessoas que se encontram ainda em pânico precisamos confiar, pois é o que digo, o vírus não irá embora, devemos aprender a conviver com o vírus e seguir as normas na sociedade, mas acredito que devemos sim voltar à vida normal”, pondera.

E quem perdeu seus entes queridos, como lidar com o luto? A enfermeira diz que, em muitos casos, a pessoa pode precisar de ajuda profissional.

“Muitos psicólogos entendem que o luto tem sua reação impactante de perda. Só que o luto não está só relacionado a morte, mas também a perdas de oportunidades, experiências que não voltam mais entre outras.
O luto é classificado em 5 etapas: Negação, Raiva, Negociação , Depressão, Aceitação. Mas varia de pessoa para pessoa. Diante disso, entendemos que o luto pode ser saudável e precisa ser vivenciado, no momento exato, até chegar a etapa da aceitação. Precisamos nos atentar se isso se estender, não chegando a etapa da aceitação, pois será necessário a ajuda de um profissional”, pontua.

Katherine já foi vacinada. Mas sua vida fora dos hospitais continua igual.

“Devemos ainda seguir as normas de segurança, mas diante da vacina podemos estar voltando à normalização, então precisamos criar os hábitos higiênicos certos, hábitos com máscaras, distanciamento, mas devemos voltar a rotina! A mudança acredito que seja a esperança da volta a rotina”, conclui.

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