Modelo internacional, Gisele de Assis representa a beleza e liderança da mulher preta no mundo

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Gisele de Assis é uma mulher linda, talentosa, modelo internacional, influenciadora e preta. Estes são os adjetivos de uma mulher batalhadora que sempre teve o desejo de influenciar todas as mulheres, mas viu a necessidade de representar em especial a mulher negra para que estas mulheres possam ocupar papéis de destaque na sociedade. Dona de uma beleza única e elegância intrínseca, Gisele que mora em Milão, já fotografou campanhas para as principais marcas da alta costura e luxo da Itália, Paris e Nova York. Mesmo com todo esse sucesso na carreira, não obstante, ainda sofre preconceito pela cor da pele.

“Por diversas vezes quando eu ia a restaurantes chiques em São Paulo e alguém me olhava de cara feia, como se eu não pudesse estar ali, eu pegava meu telefone e ligava para uma amiga preta para me encontrar. Porque se eles não querem engolir uma preta vão ter que aceitar uma, duas, várias pretas no mesmo espaço que eles. – relata a top model, que luta através da sua imagem para que as pessoas aprendam não apenas a respeitar mas acostumar-se com pessoas pretas em lugares de liderança, consumindo produtos de luxo, viajando, falando vários idiomas, sendo referência.”

Ícone de estilo Gisele de Assis que teve uma infância pobre na capital paulista, aprendeu desde cedo a ir atrás dos objetivos. A paixão por moda veio dos conselhos dos pais, pois por serem negros diziam precisar estar bem vestidos para não serem confundidos com bandidos. A moça pobre e preta tinha um sonho e nunca deixou aquilo que poderia ser um obstáculo parar seus objetivos. Começou a trabalhar aos 15 anos, aos 18 conseguiu o primeiro emprego numa marca de roupas famosa como vendedora até chegar a conceituada marca parisiense Christian Louboutin, onde ficou por cinco anos e alçou de vendedora a gerente da grife.  Marca inclusive que ela ostenta uma coleção de mais de 70 pares.

“Sofri preconceito desde criança, as pessoas riam dos meus sonhos, mas meus pais sempre me apoiaram, mesmo sem condições. Quando cresci e fui pro mercado de trabalho a discriminação acontecia dos lojistas aos clientes. Mas isso não me parou. Quando fui atuar no mercado de luxo não tive esse problema por parte da empresa, por isso me apaixonei pela Louboutin. Mas o racismo é muito estrutural no Brasil. A gente sofre todo tempo é uma luta constante.”

A top model formou-se em relações internacionais,  estudou inglês e italiano pela USP, em seguida voou para Milão onde começou como promoter. Voltou ao Brasil e conheceu o marido, o italiano Giorgio Capano, um renomado alfaiate, que Gisele faz questão de avisar que não é rico. Os dois vivem uma história de amor e apoio mútuo com enredo de romance hollywoodiano. Na Itália há quatro anos Gisele fez pós graduação em consultoria de moda e estilo afirma que a europa é menos preconceituosa para os negros. Com mais oportunidades, mas  também tem cenas de racismo, pois, segundo ela ainda existe muito resquício do facismo.

“Não sinto o racismo nas minhas  relações de trabalho. Estrelei várias campanhas importantes de nível internacional. Para a passarela mesmo com 1,70 sou considerada baixa, mas consigo trabalhos. O que me surpreendeu foi que a família do meu marido  tem preconceito por eu ser negra. Então são coisas que ainda tenho de lidar, mas não me paralisa. Jamais!”

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