Há pouco mais de um ano, o Metaverso tem permanecido no centro das discussões como uma importante plataforma tecnológica que já vêm impactando o modus operandi de empresas no Brasil e no mundo. Contudo, seu conceito já existe há 30 anos e foi criado pelo escritor norte-americano, Neal Stephenson, em 1992, com o lançamento do livro “Snow Crash”, que descrevia uma espécie de espaço virtual coletivo compatível e convergente com a realidade.
Passadas três décadas, o termo voltou aos trending topics como o assunto mais comentado, especialmente com o anúncio, em 2021, do fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, em que afirma a intenção de transformar o Facebook em uma empresa de metaverso dentro de quinze anos. Surfando na crista da onda, recentemente a novela Travessia, de autoria da consagrada escritora Glória Perez, trouxe para o enredo um núcleo exclusivo para falar sobre a tecnologia.
Fato é que este conceito não é apenas uma “modinha”, mas sim uma realidade. São muitos os modelos de negócios possíveis dentro da tecnologia, começando pelos jogos que são o ponto de partida, passando por aulas, reuniões de trabalho, área da saúde, artes, shows e até mesmo produção literária.
Bill Gates anunciou em dezembro de 2021 que, em 3 anos (2025), a maior parte das reuniões aconteceria no Metaverso. Também a Gartner declarou que, em 2026, todo mundo vai passar pelo menos 1 hora por dia no Metaverso. Antecipando-se a essas tendências, o especialista em negócios digitais, novas tecnologias, metaverso e professor de MBA da FGV, Kenneth Corrêa, passou um ano explorando a tecnologia, até que lançasse a primeira autobiografia in memoriam no Metaverso, utilizando o Meta Quest 2, app Immersed sincronizado a seu PC.
“Eu resolvi antecipar o ano de 2026 e nos últimos 365 dias eu visitei, explorei e utilizei mais de 20 Metaversos diferentes (usando meus Óculos, meu celular e meu computador), todos os dias e a lista de experiências é grande, passando por Meta Horizon, Decentraland.org, The Sandbox, Immersed, Zepetto, Second Life (sim, continua na ativa) e outros. Essas experiências me levaram a escrever a autobiografia da minha avó neste ambiente digital da realidade, que é imersiva, coletiva e persistente”, conclui o professor.
A obra diz respeito à autobiografia Cynthia Jane Folley Coelho, que traz relatos escritos pela própria avó de Kenneth, material ao qual a família teve acesso apenas após seu falecimento. A matriarca da família nasceu nos Estados Unidos em 1926, e chegou ao Brasil na década de 1960, onde viveu até falecer em 2021, aos 95 anos. Cynthia escreveu suas memórias em um período histórico muito importante, quando o homem pisava na lua pela primeira vez.
“Após o falecimento da minha avó, minha mãe e minhas tias foram limpar os armários dela, retirar as roupas e encontraram um caderno com muitas histórias que ela nunca tinha contado para ninguém. Era uma espécie de diário em que ela escrevia relatos de situações. Quando minha mãe me mostrou, começamos a procurar fotos nos álbuns de família, sem contar para ninguém da família e editei o livro físico com essas histórias e memórias”, explica Kenneth.
O trabalho, repleto de memórias , foi apresentado à família em um dos feriados preferidos da matriarca, o Thanksgiving, tradicional feriado de ação de graças nos Estados Unidos, que é comemorado no dia 26 de novembro. A obra foi editada pelo professor Kenneth em ambiente imersivo do metaverso, aproveitando os recursos de múltiplas telas para proporcionar uma experiência única à família.
“Realizar este trabalho, além de resgatar essas histórias e memórias afetivas da minha avó, também me permitiu mostrar a tecnologia, já que eu venho de um ano inteiro experimentando e explorando inúmeras ferramentas”, conclui Kenneth.
A obra é a primeira autobiografia editada no metaverso e não será comercializada, pois foi adaptada apenas para a família da autora e matriarca Cynthia Jane Folley Coelho. Porém, a experiência merece ser compartilhada para que as pessoas compreendam o potencial da tecnologia. A prova disso é o convite que a família recebeu para transformar a história em um documentário, cujas imagens começaram a ser captadas durante a apresentação do livro à família.
Kenneth Corrêa – Diretor de Estratégia da 80 20 Marketing e especialista em negócios digitais, novas tecnologias, marketing, inteligência competitiva e Metaverso. Professor de MBA da FGV, professor e palestrante pela Digital House e Por Exemplo. Há 15 anos desenvolve e monitora projetos de marketing e tecnologia, atendendo empresas como: Suzano, Thermo Fisher Scientific, Elanco Saúde Animal e Mosaic Fertilizantes.