Mercado Editorial Infantil: Crescimento, Desafios e Novos Talentos

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O mercado editorial infantil no Brasil tem apresentado sinais de vitalidade, mesmo diante de desafios econômicos. Em 2023, enquanto o setor editorial brasileiro registrou uma queda de 6%, a literatura infantil contrariou essa tendência, apresentando um crescimento de 7% e passando a representar 14% do comércio de livros no país.

Dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” indicam que o público infantil é o que mais lê atualmente. Crianças de 11 a 13 anos lideram com 81% de leitores, seguidas pelas de 5 a 10 anos, com 71%. A frequência de leitura também é alta: muitas leem quase todos os dias, motivadas principalmente pelo gosto pela leitura (48%) e pelo desejo de aprender algo novo (13%).

Crianças autoras: Um fenômeno em ascensão

“Embora não existam estatísticas precisas sobre o número de crianças que escrevem e publicam livros no Brasil, observa-se um interesse crescente por parte dos jovens em se aventurar na escrita”, conta Ligia Rabay, jornalista, escritora, mentora de escrita criativa”. Casos de escritores mirins têm ganhado destaque na mídia, inspirando outras crianças a expressarem sua criatividade por meio da literatura.

Um exemplo notável é o de Felipe Akamine Rodrigues, de apenas nove anos, que acaba de lançar seu segundo livro, intitulado “Murder”. Após o sucesso de sua primeira obra, “Minha Paixão com o Palmeiras – Temporada 2023”, Felipe decidiu explorar o gênero de suspense policial, demonstrando versatilidade e maturidade literária. Sua trajetória tem sido uma inspiração para muitos, evidenciando o potencial das crianças no universo da escrita.

Apesar do crescimento, o mercado editorial infantil enfrenta desafios significativos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua revelou que, em 2021, 40,8% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos não sabiam ler ou escrever, um aumento em relação aos 25% registrados em 2019. Esse dado ressalta a importância de políticas públicas voltadas para a alfabetização e o incentivo à leitura desde a primeira infância.

“Iniciativas que promovam o acesso a livros de qualidade e estimulem a produção literária entre crianças são essenciais para reverter esse quadro”, completa Ligia. A presença de jovens autores como Felipe Akamine Rodrigues serve como um farol, mostrando que, com incentivo e oportunidades, as crianças podem não apenas se tornar leitoras assíduas, mas também produtoras de conteúdo literário relevante.

O mercado editorial infantil brasileiro tem potencial para continuar crescendo, especialmente se forem implementadas ações que promovam a inclusão e o acesso à leitura para todas as crianças, independentemente de sua condição socioeconômica.

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