Marcelo Souza, CEO Indústria Fox, comenta sobre a Reciclagem com base na captação de gases

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Por Marcelo Souza

Me recordo que alguns anos atrás, para se sincero, já há um bom tempo, a televisão da minha casa apresentou um problema e parou de funcionar. Isso aconteceu em uma época que provavelmente muitos não entenderam o eu vou dizer, mas era quando tentávamos arduamente girar a antena para melhorar a qualidade da imagem, com um sorriso no rosto me lembro disso. Era uma atividade em conjunto entre o “girador de antena” e o observadores do resultado, era necessário muito sincronismo e alguns gritos de orientação, mas um pouco, para o outro lado, ai, ai está bom, eram os comandos utilizados.

Quando nossa televisão de tubo de Catódico e acabamento de madeira, parou de funcionar, em dois homens, colocamos o equipamentos no carro, um fusca, e levamos para a assistência técnica do Sr. Roberto. Bons tempos aqueles que até para ter uma boa, ou apenas melhor, imagem da televisão tínhamos a família em comunhão e que podíamos levar nossos produtos para serem reparado com considerável facilidade.

Infelizmente com o intuito de motivar o consumo, nas últimas décadas presenciamos o crescimento da obsolescência programa. Esse termo, consiste no planejamento prévio pelo fabricante do momento em que o produtos deverá ser substituído. Existem algumas estratégias dentro do conceito de obsolescência programada, por exemplo uma quebra, ou uma impossibilidade de atualização ou até mesmo o designer, esse último com mais frequência na indústria da moda.

Provavelmente você já se deparou com uma situação desagradável, em possuir um equipamento eletroeletrônico e ser forçado a deixar de usá-lo, motivado por uma das estratégias da obsolescência programada. Sem forçar muito a memória posso citar duas ocasiões recentes, que aconteceram comigo, e que mesmo eu, sendo um estudioso, escritor, praticante e empreendedor da economia circular, ter empenhado muito esforço, fui forçado a me render ao sistema.

Industria Fox - Reciclagem de geladeira - Foto: Divulgação
Industria Fox – Reciclagem de geladeira – Foto: Divulgação

Cerca de 18 meses atrás, os dentes do pente do meu barbeador se quebraram, naturalmente, impossibilitando sua utilização. Mesmo que o barbeador estivesse intacto e em perfeito funcionamento, apesar de todos os meus esforços, tais como tentar encontrar essa peça, que inclusive é uma parte móvel, nos mais diversos canais e e-commerce, enviar vários e-mails para o fabricante nacional, muito conhecido por sinal, e sem nenhuma resposta, não tive escolha há não ser descartar os equipamentos (em ótimo estado) e comprar um novo.

Em uma segunda ocasião, meu notebook também de uma marca muito conhecida, apresentou quebra na tecla do enter, imagine, o que se pode fazer com um notebook sem a tecla do enter? A jornada para tentar reparar o notebook, foi intensa, tentamos todos os canais possível e apesar de ser um equipamento novo, já com processador I7, como disse, de uma marca muito conhecida, não conseguimos repará-lo. Encontramos diversos botões mais cada um com um sistema de encaixe diferente. Para salvar o equipamento decidi pela substituição de todo o teclado, apesar de ser um absurdo, trocar exatas 84 teclas motivado por apenas penas 1, aparentemente era a opção menos ruim, então nos deparamos com a simples falta do teclado no mercado de reposição e sem previsão de abastecimento, desculpa, o COVID-19, além de um preço extremamente alto. Bons tempos quando podia levar o produto para a assistência do Sr. Roberto que, além de ter o reparo era realizado por um valor justo.

Mas essa situação está sendo mudada, as pessoas não estão mais aceitando esse tipo de situação e os governos, principalmente europeus, vem dedicando políticas para regular a lucrativa, mas gananciosa, obsolescência programada. Em 2019 a União Europeia com 395 votos a favor, 94 contra e 207 abstenções, aprovou novas regras que visam tornar os eletrodomésticos mais duráveis.

A lei prevê que os fabricantes deverão obedecer ao chamado direito ao reparo, que consiste em o fabricante implementar em seus produtos, etiquetas mandatórias que deverão incluir informações sobre o tempo de vida útil estimado do produtos e um índice de reparabilidade, além de oferecerem peças sobressalente por 10 anos após a venda, que não exijam ferramentas especiais para instalação e estar disponível para profissionais independentes. É a premeria vez na história que medidas incluem que incluem, aumento de durabilidade, requisitos de reciclabilidade, reutilização, reciclagem e Eficiência energética, ou seja, apontando totalmente para a Economia Circular.

Já foi dado a largada e a França deu o primeiro passo, em direção a nova diretriz da União Europeia, aprovando o projeto de lei prevê que a taxa de reparabilidade dos eletroeletrônicos aumente em 60%. Desde janeiro de 2021 a nova legislação está em vigor e se estrutura em 5 pilares.

– Facilidade de conserto.

– Preços de peças de reposição.

– Disponibilidade de peças.

– Disponibilidade de documentação de apoio para conserto.

– Medida final que varia conforme o tipo de dispositivo.

Industria Fox - Foto: Divulgação
Industria Fox – Foto: Divulgação

A partir de 2024 o projeto ainda prevê um índice de durabilidade “Queremos limitar o consumo do Capital Natural do mundo”, explica a deputada relatora da legislação, Véronique Ritton.

Algumas empresas, estão tendo muita resistência com essas mudanças, entre elas a gigantesca Apple. Com faturamento de 83,3 Bilhões de dólares em 2021 a empresa, marcada por seus luxuosos produtos, sendo o mais famoso o Iphone, é conhecida por sua baixa reparabilidade. A defesa da empresa, e de fato, acredito ser, consiste que a baixa reparabilidade, está ligada a performance dos equipamentos que é fruto de uma engenharia complexa e a integração de componentes que visam e menor distancia possível entre os componentes.

Segundo o site de notícias Bloomberg, a Apple deve anunciar em breve o lançamento de um serviço que permitirá que os usuários, troquem seus equipamentos antigos por modelos mais novos, pagando uma assinatura, com valor inferior a uma parcela de compra tradicional. Do ponto de vista empresarial, esse novo serviço, permitirá que a companhia tenha uma receita recorrente, aumente a fidelização de seus clientes e, além de ser uma medida bastante tímida, começa a se mexer em direção a modelos de negócios mais circulares, sem perder suas características de produto. Com o retorno de equipamentos, a companhia poderá explorar com mais facilidade o loop do reuso, remanufatura e por fim, ter um processo de reciclagem interessante para sua cadeia de suprimentos.

O mundo está em constante transformação e as gigantes organizações, já entenderam a próxima mudança a da Economia Circular.

Sobre a Indústria Fox

Fundada em 2009, a Indústria Fox é pioneira em reciclagem com base na captação de gases no Brasil, foi a primeira fábrica de produção reversa de refrigeradores na América do Sul e se tornou referência em gestão e solução de armazenagem, manutenção, reforma e reparo de equipamentos. A empresa se posiciona com programas próprios de eficiência energética, além de processos de remanufatura de produtos. Com isso, é a única no Brasil a unir os três pilares de reciclagem, remanufatura e eficiência energética. Tudo isso alinhado com novas tecnologias e desenvolvimento de economia circular e indústria 4.0.

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