Maioria dos artistas e empresários acredita na arrancada do setor de shows, revela pesquisa

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Um mapeamento do mercado de shows ao vivo e da atividade de empresariamento artístico no Brasil revelou que 66,7% dos empresários e 59,6% dos artistas acreditam que esse mercado deve crescer, de forma acelerada, a partir de agora. Os dados são do Relatório Empresariamento Artístico e Mercado de Shows ao Vivo 2021, estudo desenvolvido por Anita Carvalho, diretora da Music Rio Academy, escola do mercado de entretenimento do Vivo Rio, com supervisão de João Luiz Figueiredo, professor do Mestrado Profissional em Gestão da Economia Criativa da ESPM Rio. A iniciativa também contou com a parceria da UBC – União Brasileira de Compositores – e da Playax, plataforma de desenvolvimento de audiência com foco no relacionamento entre público e artistas.

Foram entrevistados 369 profissionais, entre eles o diretor de shows e relacionamento com marcas da Som Livre, Alexandre Wesley, a cantora Fernanda Abreu e os empresários artísticos Kamila Fialho, Rommel Marques e Afonso Carvalho, que representa nomes como Diogo Nogueira, Baby e Pepeu.

O relatório mostrou que a principal fonte de receita — para 57% dos entrevistados — continua a ser a venda de ingressos de shows ao vivo.  Mas a participação das receitas de publicidade triplicou, saindo de 2% para 6% do total, o que é lido como um efeito da onda de lives realizadas durante a pandemia. Durante o período de isolamento social, 2/3 dos artistas realizaram lives. Do total, 41% realizaram de forma gratuita, 37% optaram por pagamento voluntário e 21% contaram com patrocínio de marcas. O mercado mostra-se dividido quando o assunto é o esgotamento do modelo de lives. Para 49% dos entrevistados, essa modalidade de apresentação sobreviverá ao final da pandemia. Outros 48% afirmam que as lives foram uma solução temporária.

A relação entre artista e empresário é um dos destaques do estudo. 62% dos artistas disseram não ter empresário, o que indica a carência desse profissional no mercado. Para os que contam com esse tipo de assessoria, o grau de satisfação com a própria carreira é 27% maior. Além disso, de acordo com o estudo, o artista que tem empresário realiza o dobro de shows por mês quando comparados àqueles que administram sozinhos suas carreiras.

“Os dados da pesquisa são essenciais para entendermos as transformações do mercado e para contribuir com o desenvolvimento profissional”, diz Anita. “Novos modelos de negócios e novas formas de trabalhar podem surgir, levando ao aprimoramento do relacionamento entre empresário e artista.”

“As parcerias entre mercado e academia são sempre importantes para revelar números e tendências que apontem para o futuro da indústria da música”, afirma Figueiredo, da ESPM Rio. “Os dados do relatório mostram que é possível compreender melhor a dinâmica do mercado de shows ao vivo no Brasil e o papel desempenhado pelos empresários artísticos na gestão e desenvolvimento de carreiras musicais.”

Outros dados do relatório:

42% dos profissionais consultados disseram ter dificuldade em investir financeiramente no projeto artístico

– 38% disseram ter dificuldade em encontrar um empresário/produtor

– 32% dos empresários informaram não ter contrato com seus artistas  

– 62% dos empresários e 58% dos artistas consideram a relação como uma sociedade e não como prestação de serviços

– Artistas declaram que sua principal expectativa é que o empresário “tenha contatos para abrir oportunidades e mercado”, enquanto empresários afirmam que a principal expectativa do artista é a “geração de receitas”

– O percentual médio praticado pelo mercado em termos de comissionamento para o empresário é de 23%. Mas, tanto para artistas quanto para empresários, o percentual considerado justo é de 28%

– O faturamento do mercado de shows ao vivo caiu 45% em relação a 2019, o que representa uma perda de  790 milhões de reais em receitas

Sobre a ESPM

A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração e Economia Criativa. Seus 12 600 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1 100 funcionários estão distribuídos em cinco campi – dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um em Porto Alegre e um em Florianópolis. O lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM.

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