A fibrose no fígado pode ser compreendida como uma resposta do organismo às lesões hepáticas. Por isso, é uma condição que exige atenção. De acordo com as autoridades de saúde, ela indica um histórico de doenças hepáticas e, se não tratada, pode evoluir para enfermidades mais graves.
O Ministério da Saúde explica que as células do fígado têm capacidade de regeneração. Após o órgão sofrer uma lesão aguda, há um processo de renovação celular em que ocorre a substituição daquelas que morreram.
No entanto, se a lesão persiste, isto deixa de ser possível. Como o organismo não consegue substituir as células mortas, o fígado passa por um processo de cicatrização, dando origem a um tecido fibroso.
Portanto, a fibrose no fígado acontece em decorrência de uma doença hepática crônica, como a hepatite viral B ou C e a esteatose, caracterizada pelo acúmulo de gordura no órgão, como informa a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
Sintomas, diagnóstico e riscos
Na fase inicial, o paciente apresenta sintomas relacionados à patologia que desencadeou a fibrose. Por isso, eles podem ser os mais variados. A icterícia, que se caracteriza pela cor amarelada dos olhos e da pele, é um dos sinais de doenças hepáticas.
Nos quadros de esteatose e hepatite crônica, o paciente geralmente é assintomático, mas pode ter sintomas inespecíficos, como cansaço e tonturas. Além disso, pelo aumento do fígado, algumas pessoas reclamam de leve desconforto no abdômen superior, o que pode ser confundido com dor muscular.
A orientação das autoridades de saúde é buscar o atendimento médico, caso sejam percebidas quaisquer alterações. Através da realização de exames, como a elastografia hepática, é possível ter uma avaliação mais precisa da gravidade de certas patologias.
Se não tratada, com o passar do tempo, a fibrose hepática pode evoluir para cirrose e outras complicações relacionadas. Segundo as autoridades de saúde, pacientes com cirrose têm maior propensão a desenvolver câncer no fígado.
Outra estimativa alarmante é que 85% dos casos de cirrose grave ocasionam as chamadas varizes de esôfago, um processo de dilatação das veias do órgão. Como a fibrose impede a passagem do fluxo sanguíneo no fígado, a alternativa do organismo é dilatar as veias do esôfago para realizar a passagem do sangue até o coração.
Como é o tratamento?
Como a fibrose no fígado indica um histórico de lesão hepática, o tratamento passa pela identificação da doença que causa o problema. Dessa forma, o Ministério da Saúde esclarece que os cuidados se diferem, de acordo com o que motiva a anomalia.
O tratamento pode incluir medicamentos antivirais para o tratamento de hepatite; a abstinência de álcool para pacientes com enfermidades hepáticas alcoólicas; uma dieta controlada para reduzir a gordura no fígado, em caso de esteatose; dentre outros.
A regressão da fibrose hepática tem estimulado muitos estudos. O Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é um dos locais que conduz ensaios para a pesquisa de novos medicamentos com este foco.
Formas de prevenção
A prevenção à fibrose consiste nos cuidados para evitar lesões hepáticas. Para manter a saúde do fígado, a SBH recomenda a adoção de hábitos saudáveis no dia a dia, o que inclui alimentação equilibrada com pouco uso de gordura, hidratação adequada e prática regular de atividades físicas. Também é aconselhável evitar o consumo de álcool, cigarro e outras drogas.
O Ministério da Saúde alerta que o uso de preservativo nas relações sexuais e o não compartilhamento de itens pessoais, como lâminas, seringas, escovas de dente e alicates de unha são formas de prevenir as hepatites virais B e C.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina contra o vírus da hepatite B. Já a hepatite C ainda não possui imunizante.
