Vivências resgatam saberes ancestrais e promove a confecção de símbolos de memória e afeto
O coletivo e ponto de cultura Etnocidade promoveu em Campinas oficinas com experiências que unem memória, ancestralidade e criação coletiva. Os encontros aconteceram em diferentes locais em Campinas durante o mês de outubro.
Mais do que um brinquedo, o Mbya é carregado de histórias, afetos e saberes transmitidos de geração em geração. O termo significa “pegar no colo”
e remete a uma prática ancestral que convida crianças, jovens e adultos a desenvolverem brinquedos manuais a partir de materiais simples e naturais.
Durante a oficina, cada participante confeccionou sua própria bonequinha, aprendendo técnicas tradicionais e compreendendo os simbolismos que fazem parte desse objeto cultural.
Já o Mbaraka é um instrumento musical feito com elementos da natureza, que traz o som da terra, das raízes e da cultura ancestral. Cada toque é um jeito de contar histórias e se conectar com o mundo ao nosso redor.
Nesta oficina, os participantes aprenderam como o Mbaraka é feito e como sentir de perto sua força e sua música. Uma experiência única que desperta os sentidos e fortalece as ligações com a natureza e com as origens!
“Cada ponto, cada detalhe, é também um ato de preservação cultural e de fortalecimento das nossas raízes coletivas”, destaca Lu Ahamy Mirim, doutora Honoris Causa, liderança indígena, guerreira do povo Guarani Mbya, atuante em várias frentes pela defesa e visibilidade das culturas originárias, sendo reconhecida pelo seu trabalho como artesã, chefe de culinária ancestral, educadora, oficineira, atriz, escritora e militante de causas indígenas. A atividade conta também com o trabalho de Awa Mbarete, guerreiro do povo Pataxó Kamakã, artesão, chefe de culinária ancestral, oficineiro palestrante, vice-diretor da Etnocidade.
As atividades são parte do compromisso do coletivo em dar visibilidade às culturas indígenas na região de Campinas, fortalecendo vínculos comunitários e reafirmando a importância da diversidade cultural na formação das identidades brasileiras.
A oficina MITÃ HANGA e MBARAKA são acima de tudo, um espaço de aprendizado coletivo, encontro entre tradição e criatividade, e uma oportunidade de manter viva a força da ancestralidade por meio do gesto simples e simbólico de criar com as próprias mãos.
É importante destacar que: as crianças indígenas Mbya ,são educadas com bases ancestrais, pertencimento, respeito, equilíbrio e fé . Quando chegam a esse existir ,ela passa a fazer parte de um povo enquanto todo o povo faz parte dela ,entendendo que toda aldeia se torna responsável por ela ,todos são responsável em educar, orientar,proteger ,ensinar.
