Novembro, além de destacar a conscientização sobre o câncer de próstata, é também o mês conhecido como o mês da Black Friday, expressão em inglês que poderia ser traduzida como “blecaute de sexta-feira”. Uma tradição que começou nos EUA e se resume num dia de vendas com descontos muito acima do normal, sempre no último final de semana do mês. Por aqui, a data foi abrasileirada e na maioria dos lugares, chega a durar o mês inteiro. Prática que conquistou até mesmo os fabricantes e concessionárias de carros, que tentam aproveitar o período para incrementar as vendas, que não andam tendo bom desempenho nos últimos meses, já que de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o setor de veículos novos, por exemplo apresentou queda de 17,07%, em outubro, seguindo comparação com o mesmo período do ano passado.
Mas apesar de todo o marketing envolvido e da empolgação que isso gera nos consumidores, pode ou não ser um bom negócio. Isso porque, segundo o especialista em juros abusivos e CEO da Rios Assessoria, Thacício A. Rio, explica que para a promoção não se tornar uma dor de cabeça diária em sua vida, é preciso conhecer um pouco mais sobre a oferta e todas as suas condições de compra. “É preciso ser frio e calculista, principalmente porque comprar carro não é como comprar uma camisa, ou um pequeno acessório, em que você adquire sem precisar, só mesmo para aproveitar os ótimos preços”, alerta Thacísio.
O especialista destaca ainda, que na hora da compra, é preciso levar em consideração pontos como a sua real necessidade. “De forma bem objetiva, tente colocar num papel, de forma enumerada, todas as suas necessidades e expectativas para o seu novo veículo e com isso, esteja atento a ofertas que realmente condizem com isso”, pontua, ele chamando a atenção também para o planejamento familiar, já que segundo ele, para valer a pena comprar um carro na Black Friday é necessário que seja um negócio que caiba no seu bolso. Orientação que leva em consideração o aumento das taxas de juros, que teve aumento de 7,75% ao ano. A sexta alta consecutiva e a mais ampla deste ciclo, de acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.
“Uma das principais dicas é se programar com antecedência para acompanhar de perto os valores de um carro antes da Black Friday. Acompanhar os preços e as condições nas semanas que antecedem a promoção, para quando chegar nesta época, você saber qual o real desconto daquela oferta. Porque uma prática muito comum do comércio, como um todo, é maquiar a subida do preço antes, para que na Black Friday possa vender no valor real daquele produto. É a chama Inversão de mais valores”, explica Thacísio destacando também a importância de estar atento às taxas de juros: “No mês em si, uma taxa de 1% ou 0,9% pode não aparentar fazer diferença. Mas quando se trata de um financiamento de 72 meses, pode ser que pese no seu bolso”, conclui.